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A CASA DO APRENDIZ

"MARABÔ" Centro de Cultura, Documentação, Pesquisa e Estudos das Ciências Esotéricas.

"MARABÔ" Centro de Cultura, Documentação, Pesquisa e Estudos das Ciências Esotéricas, mantém encontros periódicos para o treinamento, exercícios, troca de experiências, comemoração dos Sabbáths e Esbbáths, além de trabalhar juntos em outros rituais. A disciplina é essencial na formação de uma consciência mágica comum ao grupo e de uma Egrégora (que é, para simplificar, a força mágica do grupo e sua repercussão no Astral). "MARABÔ" Centro de Cultura, Documentação, Pesquisa e Estudos das Ciências Esotéricas tem seu próprio símbolo e nome, suas regras, suas características, seu método de estudo e "carisma mágico próprio". "MARABÔ" Centro de Cultura, Documentação, Pesquisa e Estudos das Ciências Esotéricas pode e deve trocar influências, porém sempre respeitando a individualidade de cada membro. Mais que tudo,"MARABÔ" Centro de Cultura, Documentação, Pesquisa e Estudos das Ciências Esotéricas é um organismo vivo, pulsante, que responde segundo seus membros. Se alguém está doente, mal-intencionado, desequilibrado, angustiado, isso tudo se reflete no desempenho do grupo, nos resultados dos rituais. Por outro lado se há alguém extremamente bem, feliz, disposto, energizado, isso também é dividido com os membros que sentem a energia desta Comunhão com "O ABSOLUTO". "MARABÔ" é o Local para o Culto a Sabedoria, ao Conhecimento, das Diversas Culturas Étnicas e Correntes Filosóficas, a Teosofia, a kaabalah, entre outras, Ciências Esotércas. "MARABÔ" dá início à caminhada espiritual. Indica sempre que algo novo está a começar. Tem uma mesa à sua frente, onde se podem ver quatro objetos simbólicos: uma taça, um punhal, um pergaminho e uma moeda, que pode ter a imagem do pentagrama. Parece que precisa de ajuda superior para tomar uma decisão e por isso ergue um pequeno bastão para o alto, captando energia e dirigindo-a para baixo, com a outra mão. É como se ele fosse o elo entre as energias divinas e o mundo material, mas precisa de ajuda porque ainda é um aprendiz. O punhal é o simbolo da luta, da energia sexual, do poder e da vitória. A moeda é o simbolo do mundo material, dos bens e do dinheiro. O pergaminho é a inteligência, o estudo, a espiritualidade. A taça, por sua vez, simboliza as emoções, o amor, o coração, a sensibilidade. O bastão é o simbolo da vontade e da sabedoria. Na caminhada espiritual, o "MARABÔ" representa o ponto de partida e a necessidade de fazer uma canalização de vibrações superiores para poder realizar uma evolução. "MARABÔ" representa o poder da mente em direcionar um projeto com maestria, concentrando esforços e inteligência para um determinado fim. Representa também a concentração sem esforço, pois trabalha e cria com naturalidade e espontaneidade. Pode representar ainda como uma necessidade de tomar uma iniciativa imediatamente, de ousar mais. Realização, perseverança, conquista. "MARABÔ" gosta de planejar, colocar em prática seus mais audaciosas planos, depois os controla e comanda pessoas para as suas conquistas materiais. Com "MARABÔ", temos a certeza de possuir condições para concretizarmos tudo o que queremos, pois temos as condições materiais, estruturais e financeira para a concretização. Além do mais, este período será de segurança e estabilidade com isso nos proporcionando uma satisfação interior muito grande. "MARABÔ" é o Avanço, progresso, início de algo novo. "MARABÔ" simboliza a vitória, direção, controle, esforço, confiança, o caminho. Com o "MARABÔ" há progresso, há projetos em andamento. Simboliza a ação, que se toma a seguir a uma decisão. Aquilo que foi resolvido está a ser executado, é a realização de projetos. A pessoa deve ter força e liderança suficientes para evitar que um anule o outro. Deve ter controle firme para manter o equilíbrio. Na caminhada espiritual,o"MARABÔ" representa o momento em que o viajante passou pela encruzilhada, tomou um rumo firme e está determinado a cumprir mais etapas evolutivas. Olha para o horizonte, sem qualquer expressão. Não há sensualidade, nem agressividade. Parece calma, equilibrado, limpa, ordenada. "MARABÔ" é o equilíbrio, processos judiciais (julgamento), leis, limites. Ele traz o equilíbrio, a isenção, a análise do passado. "MARABÔ" cumpre um papel, representa uma instituição. Também simboliza a colheita - "Cada um colhe aquilo que plantou". "MARABÔ" simboliza o plano material e o plano emocional, ou seja, os dois devem estar equilibrados, Ele representa a punição que pode distribuir a quem a merece. Na caminhada espiritual, "MARABÔ" representa um momento de equilíbrio, no qual se recebem as recompensas (ou punições) materiais e emocionais pelo caminho já percorrido. É inevitável, o Refletir sempre antes de tomar decisões, pois devem ser justas. Muitas vezes ele também simboliza o isolamento, restrição, afastamento. Algumas vezes "MARABÔ" isola-se para descobrir o conhecimento que o rodeia, na natureza, por exemplo, e também para se autoconhecer. O aspecto fundamental é que necessita de cortar os laços (temporariamente ou não) com a sociedade que o rodeia. "MARABÔ" é Fiel a si mesmo e sabedoria, representa o conhecimento da ciência oculta. Ele sé a prudência, que o acompanha em sua busca de orientar melhor, mostrando a luz da inteligência e da sabedoria, (a luz da verdade). Significa também que a luz atinge o passado, o presente e o futuro. E Nele existe austeridade. Ele segue sua viagem através do tempo com a sabedoria. "MARABÔ" se refere à acumulação de conhecimentos e está disposto a ouvir e ajudar os que o procuram. Representa o valor do conhecimento adquirido à custa de trabalho ininterrupto, que apenas mentes privilegiadas conseguem desenvolver."MARABÔ" está relacionado ao elemento terra, portanto à vida material, às conquistas financeiras, profissionais e a tudo que, enfim, representa aquilo que pode ser tangível em termos materiais, para ele a possibilidade de se conseguir conquistar a segurança material com trabalho, disciplina e esforço. O ser humano é ambicioso e a ambição tem relação como o naipe de ouros. "MARABÔ" é representa a dedicação, o esforço, o empenho dedicados aos estudos e ao trabalho; ligado ao elemento ar e está relacionado ao poder ambivalente da mente e do pensamento; ligado ao elemento água e ao mundo dos sentimentos, sendo o símbolo da taça relacionado ao coração, como receptáculo das nossas emoções. Ele corresponde ao elemento fogo que a tudo transforma sem ser alterado. Está ligado ao fazer e à criatividade.

DANÇA DO VENTRE

http://www.youtube.com/watch?v=Ny8cnoruN7Y

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

A MAGIA E A HISTÓRIA DOS CIGANOS






Hoje eles são o mundo. Só H que agora, em18 milhões em todo os automóveis vez de cavalos, são que puxam as caravanas. A origem dos ciganos sempre foi motivo de estudos, embora a unanimidade dos gitanólogos aponte o norte da Índia. Poucas pessoas conhecem a história e a magia que regem a ética do povo cigano. O Jardim Olinda, bairro alto de Campinas (cidade a cerca de 100 quilômetros de São Paulo), está cheio de mansões, algumas com bonitas tendas armadas ao lado. O lugar é dominado quase exclusivamente por zingaras. Os estudos a respeito dos ciganos começaram a ser feitos no século XV, quando as primeiras tribos apareceram na Europa. Mas a gitanologia, que se propõe a estudá-los sob todos os aspectos principalmente origens -, só foi reconhecida como um ramo da etnologia no século XIX. Cerca de 4 mil ciganos estão vivendo atualmente em Campinas. Os ciganos detestam ser comparados aos hippies, porque os cabeludos gostam de dizer que a vida on the road, o cair na estrada e fugir ao establishment são uma atitude cigana. Essa comparação os irrita.
Seus modos no entanto têm algo em comum com os contestadores. São inúmeras as lendas a respeito da origem dos ciganos. Vulcanius Bonaventura afirma em seu livro “Litteris et Língua / Gelarum et Ghotorum” (1967) que os boêmios eram sem dúvida originários da Núbia (África). Já na opinião de Voltaire, eles eram nada menos do que os “degenerados descendentes dos sacerdotes da deusa síria Íris, misturados com seus adoradores e fanáticos”. Há vários autores que tentaram ver, nos ciganos, autênticos judeus, devido à palavra Tarô associada à Lei. Mas não concordo com esta teoria. Jean Paul Cléber, ocultista francês, mostra-se propenso a aceitar a tese de que os ciganos são originários do norte da Índia. Sua tese se baseia em certas correlações lingüísticas e raciais. A língua cigana, o romani, é falada por todos, não importa seu país de origem. É do domínio geral. Mesmo percorrendo durante anos um mesmo país, os ciganos não alteram seu dialeto original. O português, por exemplo, é falado por eles com uma entonação e sotaque característicos. Essas viagens, na vida nômade, fazem desse povo autênticos e exímios poliglotas. No entanto, no Brasil, a maioria só fala o ralé. Todo cigano venera um deus, mas o cigano não está preso a religião alguma. São, no entanto, ligados á magia. As técnicas e o hipnotismo dos ciganos Pierre Derlon é um dos mais autênticos biógrafos dos ciganos, sendo considerado entre eles como um dos
integrantes do “povo da viagem”. Derlon já possuía alma e espírito de cigano, pois era homem de circo, domador de pássaros etc. Derlon tinha poderes extra-sensoriais e foi iniciado na tribo como kaku (feiticeiro). O resultado dessa convivência foi aprender a arte da magia e escrever. Foi escritor de dois livros fascinantes: “Tradições Ocultas dos Ciganos” (1975) e “A Medicina Secreta dos Ciganos” (1978). Segundo o escritor Derlon, o kaku (seja ele cigano ou gadjo) é reconhecido por trazer certos estigmas no corpo. É o homem marcado e, como dizem, tem sinais de estrelas ou de ferraduras em seu corpo. No início, o mais importante é o cultivo dos poderes latentes nos olhos. Os ciganos também acreditam no “terceiro olho” dos hindus. Devem aprender a domar animais ferozes sem usar métodos violentos de condicionamento; só usam a voz e os olhos. Vejamos aqui alguns exercícios dos iniciados: 1º - contração e movimentação dos olhos, para treinar o uso do “terceiro olho”e aperfeiçoar a capacidade de emitir energia na direção certa, no objetivo certo; 2º - empregar técnicas de respiração, como a “ioga”; 3º - controle da percepção mental, tentando adivinhar o que o outro está pensando; 4° - relaxamento completo do corpo e tranqüilidade da mente. Um dos kakus adverte que “o aluno deverá ter um domínio tal dos olhos que nada possa distrair sua atenção no alvo fixado. Na tradição cigana, o ser humano é constituído de três partes: um corpo que apodrece, um espírito que permanece e um corpo intermediário, que liga um ao outro. Só um kaku pode ver a auréola do outro.
Depois o aluno toma um chá feito de uma flor especial (que não é de “lótus” da Índia) que abre os canais psíquicos. O fogo é um dos fortes da tradição cigana. Além do fogo, outro dos fortes da tradição cigana são os passes magnéticos, arte dos curandeiros, dos magnetizadores. Se a língua local não afeta o dialeto, também a religião local não lhes é motivo de discórdia. Eles aceitam os santos e as santas católicos, usam velas e incensos, fazem e cumprem promessas, promovem romarias aos locais sagrados do país que os abriga, chamam sacerdotes muçulmanos quando vão ser enterrados e usam qualquer tipo de talismã. 2 rara a mansão ou tenda de um cigano — no caso do Brasil — que não tenha uma imagem de Nossa Senhora Aparecida. “Falar mal de Nossa Senhora Aparecida diante de um cigano brasileiro é puxar briga”, comentam piscando o olho com ironia. Isto porque ela é igual à Santa Sara na cor escura. Num dos muitos acampamentos de Campinas, uma velha cigana de origem grega disse: Ac devlesa (Deus lhe proteja). Dizem acreditar nos profetas, judeus, cristãos e islamitas, acreditam em anjos e demônios, praticam cerimônias contra vampiros, lêem a mão e adivinham o futuro no pó do café. Dão crédito a todas as seitas. Sabem adivinhar com pedrinhas e grãos ou com dominós. A perda da identidade e a vida sedentária Em 1969, durante a realização de um congresso de ciganos em Brasília, Gratton Buxon, secretário do Conselho Cigano Britânico, advertia para essa
“irreversível perda da identidade”. Confirmando a minha tese sobre a origem hindu, a Comissão pelos Direitos Humanos da índia declarou que os ciganos são hindus no exílio e pediu aos países onde eles se radicarem para reconhecê-los como “minoria nacional”. Atualmente, Campinas é a cidade brasileira com maior número de ciganos, com cerca de 400 famílias. As festas de casamento costumam durar até 5 dias e são verdadeiras atrações na cidade. Mas há ciganos no Catumbi, em Teresópolis, em Salvador, em Itaparica etc.. Em geral trabalham com ferramentas e na leitura da sorte, pois, ao longo da história, a sobrevivência do cigano sempre esteve ligada ao comércio ou remuneração em troca de predições. O mais famoso congresso de ciganos ocorreu em 1971 na Iugoslávia, país europeu onde eles estão em maior número. Naquele encontro decidiu-se uma bandeira para os ciganos. Bandeira com listras verdes e uma azul, tendo um círculo ao centro. Pela ordem, as cores simbolizam os valores terrestres e espirituais da ética cigana. O círculo, aliás, lembra muito o ashok, chacra da bandeira nacional da índia (Ashok foi imperador na índia e chacras são centros do corpo humano). Existem 7 chacras básicos no corpo humano. O magnetizador deve conhecer todo o valor dos chacras. O magnetizador e as garras de força Com as mãos em forma de garras, o magnetizador opera, tendo em cada um dos dedos das mãos um
A MÃO DO MAGNETIZADOR
equivalente planetário simbólico: o polegar representa o Sol; o dedo indicador, a Lua crescente; o dedo médio, a Lua cheia; o an ular é a minguante; e o dedo mínimo é o planeta Vênus. Tensões, enxaquecas, irritabilidade e histerias podem ser aliviadas com alguns “passes tranqüilizantes” ou magnéticos. Entre os ciganos existe o que chamam de casal oculto, cuja união só tem um objetivo: aumento de poder e liberação de energias psíquicas. A relação sexual do casal oculto obedece a leis precisas próximas da ioga (tantra). Os animais sagrados O animal tem grande importância na vida do cigano. O mocho, por exemplo, que só enxerga à noite, simboliza entre esse povo a prova da vidência extrasensorial; assim como o morcego, é muito admirado por eles, pela capacidade de sobreviver. Os três animais que os ciganos mais procuram observar são os seguintes: Lobo: entre todos, é este o animal com o qual o cigano mais se identifica. É o seu fiel companheiro na Europa oriental. O cigano admira-lhe a resistência e o senso de honra (clã). Cães: respeitados pela fidelidade a toda prova e por funcionarem como guardas de caravanas e tendas, dia e noite. Galos: outro animal que desempenha papel importante no mundo cigano. São encontrados, nos relatos de lendas e ritos mágicos, sinais misteriosos que evocam o ovo, a galinha ou o galo. O galo é considerado
como uma espécie de “afastador de assombrações”, como na Umbanda. Para os ciganos, o canto do galo expulsa para longe o reino CIGANA, e com ele os seus fantasmas; o galo protege a vida. É com as pés dos galos que eles confeccionam uma terrível arma e um punhal de pontas dobradas para se defenderem. Por último, uma surpresa: os ciganos abominam os pombos; têm-lhes total desprezo. Os pombos são a própria imagem do crime, do sangue e da loucura. Os casais ocultos sacrificam duas pombas com objetivo de exorcização. Os preceitos dos kakus Os kakus elaboram um total de 68 preceitos, que devem reger a vida de um homem (gadjo). 1) A cólera desmascara aquele que é vítima dela. Desconfie sempre das pessoas que te despertam a ira, pois elas tiram proveito dela. 2) Deve-se amar o próprio pai, sem, entretanto, deixar de julgá-lo. 3) Não busques no álcool as coragens que só existem na tua imaginação; evita que a covardia se apodere de ti. “Este universo com todos os seus planetas é desventurado. E mais desventurados ainda são os membros da dinastia Tadu, porque desconhecem a Lua” - Srimad Bhagavatam. Isto porque eles trabalham na força da lua.
HOMEM
Rituais secretos O batismo livra a criança dos demônios. O funeral é uma festa (pamana). Há também festas da primavera, com ritos de fertilidade, e as de outono. O casamento tradicional, o único válido, é feito diante dos ícones* da família, e nele há sempre um rapto real ou simulado seguido de verificação da virgindade da noiva. Gade, o pedido de casamento, é feito pelo pai do rapaz, que discute com o pai da noiva o montante do dote (daró). O casamento, que é precoce (13-15 anos), é endogâmico, de preferência no mesmo subgrupo ou, pelo menos, no mesmo grupo. É acompanhado de grandes festas (abjov). Peregrinações e crenças De tempos em tempos, realizam-se concentrações ciganas, que são também um pretexto para que mesmo os sedentarizados retomem a viagem. A mais famosa é a que se realiza anualmente em Saintes-Maries-de-la-Mer, em Camarque, na França. Aí os ciganos veneram o túmulo de sua protetora, a parda Sara, que teria acompanhado como escrava as Três Martas na sua viagem mitológica desde a Palestina (Lenda de origens).** Dengos e Cultura As narrativas ritmadas por repetições paralelísticas transmitem a história do grupo ou destinam-se a distrair e divertir. São a memória dessa gente sem escrita. Nela imagens, santos. ** Maria Madalena, Maria Salomé e Maria Jacobé, está a poesia que também se manifesta no canto e na dança. O canto flamengo da Amazônia está ligado aos gitanos calés. Ao som dos violinos O instrumento mais usado sobretudo é o violino, o estilo típico e o malta rubalto. Usam também pandeiros e castanholas. O nomadismo Apesar das diferenças locais e dos regionalismos, eles mantêm ainda vivos os traços fundamentais: o nomadismo permitiu a preservação dessa cultura diante dos ataques de que sempre foram alvo. Na Idade Média eram queimados em fogueiras. Hitler também os queimou em fornos crematórios. Tendas e carroças Embora todos tivessem sido nômades, é entre os rom que se encontra hoje mais facilmente o nomadismo em estado puro. Apreciam o ar livre e amam dormir á luz das estrelas, mesmo os sedentários. Habitam em tendas (ceras) de porta aberta para o sul ou na direção oposta ao vento, ou em grandes carroças pintadas sobre rodas. Alguns vivem em abrigos subterrâneos, como nos Cárpatos, ou em grutas abertas na argila, como na região de Almeria.
Em Portugal os ciganos não fizeram o artesanato, tinham as profissões de contratadores e tratadores de cavalos. Segundo João de Barros, seriam chefiados por condes. Acusados de furto (1525 ou 1535) e de viverem em ranchos ou quadrilhas. Ao tempo da Restauração (1640), 250 ciganos serviam no exército de D. João IV. Reis e kakus Os chefes (Kapo ou Rom Baro), ou voivoda, na Europa central, são as únicas autoridades. Embora haja referências a reis ciganos, não existe nem nunca existiu organização geral ou internacional de ciganos. Os grupos são autônomos. Os chefes governam assistidos por um conselho, em cujas decisões comuns a mulher velha (phuri daj) tem grande influência, sendo consultada por qualquer decisão importante. A cris romani A lei dos gadjé* não tem valor para um cigano. A única lei válida é a dos ancestrais. A mais poderosa instituição cigana é o cris (espécie de tribunal). Crendices zingaras: o porquê do nomadismo Seu castigo teria sido o de errar pelo mundo como penitência por não terem hospedado a Virgem Maria,
Gadjé: não cigano (ou gajo).
quando da fuga para o Egito, ou por terem massacrado as crianças de Belém, ou por terem aconselhado Judas a vender Jesus; seriam descendentes de Tubalcaim, pagariam pelo pecado de um dos seus, o ferreiro cigano que furtou o cravo destinado à crucificação de Cristo. A beleza dos ciganos Em geral são belos. Morenos, dolicocéfalos, olhos grandes e vivos, rosto ossudo, fronte estreita, nariz adunco, dentadura magnífica, andar vivo e irregular. Naturalmente elegantes, têm porte e majestade. Gesticulam em demasia. Ardentes e alegres, atingem grande longevidade. As mulheres são bonitas e graciosas, embora envelheçam precocemente devido à excessiva exposição ao sol, pela vida nômade. Mas usam enfeites, talco, pôs de atração, mil saias e sabem fazer bem o amor. Quem são os boêmios? Os filhos do vento Ciganos, zíngaros, gypsies, boêmios e muitos outros nomes designam o mesmo povo nômade que saiu da índia e se dispersou pelo mundo. Caldeireiros, latoeiros, ourives, negociantes de cavalos, eles mantêm o espírito comunitário mesmo quando se tomam sedentários e deixam de falar a sua língua, o romani Alguns abandonaram o nomadismo, outros se fixaram em um lugar. Para muitos ciganos, a base física é um amontoado de barracas nos arredores de uma grande cidade ou de uma casinhola precária em um terreno baldio.
Saias coloridas e lenços Não há um traje cigano, mas uma maneira cigana de trajar. Apreciam as corres berrantes, os tecidos brilhantes, os brocados. As crianças andam nuas muitas vezes. As mulheres vestem-se de cores vivas, com grandes saias rodadas superpostas e lenços à cabeça. Usam os cabelos soltos ou em tranças, enfeitados de fitas ou moedinhas, e exibem grande variedade de jóias e fantasias, sobretudo brincos e pulseiras de argolas. Muitas vezes a pobreza é total nos acampamentos e eles vestem-se de trapos. No caldeirão da carroça São em geral carnívoros, gostam de doces, frutas e são peritos na fabricação de pão. Não se dedicam à agricultura, nem habitualmente à caça ou à pesca, mas têm verdadeira predileção pelo ouriço-cacheiro (niglô), cujo rastro seguem por toda parte e que cozinham de diversas maneiras. Preferem a cerveja ao vinho e amam as aguardentes fortes. Homens e mulheres são dados ao fumo. Sua bebida é o sifrit. Cigano trabalha? O trabalho tem para o cigano um valor meramente utilitário, e não um valor moral como para o gadjo. As ocupações a que em geral se dedicam harmonizam-se com seu modo de vida itinerante: artesanato do cobre e da palha, caldeireiros e ferreiros. Por vezes são
criadores e vendedores de cavalos, amestradores de ursos e macaquinhos saltimbancos. As mulheres ciganas lançam sortes e lêem a sina com tarôs. Lendas e mitos Para evitar ser objeto de perseguições, à medida que atravessam os diferentes países adaptam-se aos seus usos, batizando os filhos entre cristãos e circuncidando-os. Eles acreditam em forças que representam o mal, que luta com o bem, representado por um deus bondoso ( Del ou Devel) , a quem são dirigidas preces e agradecimentos, mas também vitupérios. O diabo (Beng) é malicioso e procura enganar os ciganos. A sorte e o destino são noções importantes para o cigano. Possuem um calendário próprio.

A ASTROLOGIA DOS CIGANOS

As dimensões do Cosmo são tão grandes que se utilizássemos as unidades de distancia familiares, como metros ou milhas, escolhidas pela sua utilização na Terra, fariam pouco sentido. Medem-se então as distâncias com a velocidade da luz. Assim, como poderiam entender sobre o Cosmo, a caminhada das estrelas, o Sol e a Lua, gente que vivia numa terra dividida em castas, cheia de religiões pagãs e mitos tribais, como os ciganos? Como poderiam entender de luas e saber de sóis os caldeus, os pais da astrologia? Mesmo assim eles tentavam. Armavam seus observatórios toscos e perscrutavam as estrelas. Destas pesquisas nasceu a astrologia, pseudociência, mas que tem adeptos em todo o mundo e que traz alguma verdade, pois é algo sentido e não racionalizado pelos antigos. Assim como não entende o Cosmo, o homem não pode entender a Deus; no entanto, tenta, cria, sonda e procura voltar-se sempre para Deus. Daqui da Terra, lugar de céus azuis de nitrogênio, oceanos de água verde, tépidas florestas e prados ondulantes, um mundo positivamente belo, nós, seres humanos, buscamos
a Deus. Assim, os ciganos, como todos os povos da Terra, amam a Deus e sabem que como criaturas criadas tem de haver um Criador. E através da observação dos astros criaram sua astrologia pouco ou nada divulgada no Ocidente. Não é uma ciência, como logicamente o é a Astronomia; tem falhas, mas em relação ao tipo humano dos caldeus é divulgada por toda a parte, mas tem também mistérios e seus encantos. Como a astrologia dos caldeus, a dos ciganos tem também doze signos. Cada um deles tem suas características, planetas regentes, influências e lendas. Não nasceu no entanto de Cláudio Ptolomeu que a criou dos restos das crenças babilônicas enquanto trabalhava na famosa Biblioteca de Alexandria. Foi criada pelos kakus (feiticeiros) ciganos em suas caminhadas pelas estradas banhadas de luar e pelas lendas vindas da velha e misteriosa Índia. A astrologia é a arte de predizer os futuros acontecimentos humanos pela posição das estrelas ou de outros corpos celestes. Seu estudo começou nas antigas civilizações mesopotâmicas e a crença na eficácia desta arte espalhou-se para a Grécia, no século IV antes de Cristo, e para Roma antes da era cristã. Na índia e na China a astrologia incorporou largamente as teorias e crenças dos gregos, do mesmo modo que no Egito, a partir de Cláudio Ptolomeu e seus estudos na Biblioteca de Alexandria. A astrologia grega, desenvolvida pelos árabes no século VII e VIII, teve grande influência na Europa. Quando os árabes invadiram a Índia no século VIII levaram consigo esta astrologia que os ciganos aprenderam e acrescentaram a ela suas observações pelas caminhadas.
OS MESES
Na Babilônia ela era considerada um dos meios para conseguir interpretar a vontade dos deuses. O segundo meio era o exame das entranhas dos animais sacrificados. Está ligada aos antigos cultos do Sol e da Lua e da dependência dos céus para a fortuna e a colheita. Além do Sol e da Lua, a astrologia se baseava nos cinco planetas então conhecidos e em algumas estrelas mais importantes. Assim, ela era baseada em conhecimentos astronômicos empíricos. Não é uma ciência e sim uma arte adivinhatória, onde vale mais a sensibilidade do que a razão. Os gregos foram os primeiros a traçar horóscopos individuais, tendo por base a posição dos planetas. Em sua estada na Grécia, os ciganos, sempre ligados em assuntos místicos, aprenderam algo desta técnica. Como os babilônios, os ciganos aceitam a teoria da elipse, representando o curso do Sol durante o ano, dividida por doze constelações, cada divisão com trinta graus. Pesquisas atuais revelam que o fenômeno da precessão dos equinócios já era conhecido pelos astrônomos da Babilônia. Os árabes divulgaram e acrescentaram fatos a estas teorias. Cores, metais, pedras, plantas e animais foram ligados a cada planeta e a cada signo. Dos planetas, idêntica associação de idéias abrangeu as constelações do Zodíaco, que, em um estágio mais avançado da astrologia, foram colocadas em pé de igualdade com os planetas quanto à influência sobre os horóscopos individuais. Assim também a cada um dos doze signos do Zodíaco atribuem-se características e influências próprias. As influências benéficas ou maléficas de cada planeta, juntamente com as do Sol e da Lua, são modificadas pelo signo presente do horóscopo. Dessa forma, Júpiter pode mostrar riqueza num
signo e fama ou beleza em outro. Saturno pode indicar pobreza em um, má sorte em outro, feiúra em outro ainda. Os ciganos, como todos os povos místicos, levam a sério a astrologia. Inicialmente havia só cinco planetas influindo; hoje sabem que existem mais quatro gravitando em tomo do Sol. Toda a astrologia antiga acreditava também na força dos quatro elementos: terra, cor marrom; ar, azul; água, verde; fogo, vermelho. Tentando conhecer as leis dos céus ou suas regras, os ciganos, os caldeus, os magos e pensadores antigos buscavam encontrar respostas que até hoje ainda estão encobertas. Mesmo os maiores astrônomos atuais não conseguiram ainda entender muito do Cosmo, dos planetas e das constelações. Os signos ciganos Conheces as Leis dos Céus? Poderás estabelecer as suas regras na Terra? O livro de Jó Cada povo viu as constelações a seu modo e deu nome aos signos a seu modo. Por exemplo: a constelação do hemisfério norte, chamada a Ursa Maior na América do Norte, é, na França, conhecida como a Caçarola. Assim os ciganos a chamam até hoje. Na Inglaterra, o mesmo grupo de sete estrelas é chamado de o Arado. Na China dos mandarins, era chamado de o Burocrata Celestial. Na Idade Média e para os ciganos kalderachs, ela se chama a Carruagem. Os antigos gregos a chamaram Ursa Maior e a um maior grupo de
estrelas que se encerra dentro dela; a Ursa Maior foi chamada pelos antigos egípcios de Procissão do Touro, Homem e Hipopótamo com um Crocodilo Atrás. Assim, os nomes para as constelações e para os signos zodiacais podem mudar de povo para povo, conforme os vêem de seu país. Vejamos então quais os nomes que os zíngaros deram a seus signos do Zodíaco. Punhal, Coroa, Candeias, Roda, Estrela, Sino, Moeda, Adaga, Machado, Ferradura, Taça e Capelas. Doze signos, correspondentes aos doze signos dos caldeus. Vejamos, como exemplo, alguns: 21 de março a 20 de abril Áries, para os ciganos - Punhal. 21 de abril a 20 de maio Touro, para os ciganos - Coroa. 21 de maio a 20 de junho Gêmeos, para os ciganos - Candeias.
Eis a relação dos 12 signos:
O HORÓSCOPO CIGANO Os ciganos sempre foram ligados em quiromancia e muitas outras formas de magia. Na Núbia, próximo ao deserto de Saara, observando as estrelas e os corpos celestes, eles criaram o seu próprio horóscopo. Confira o seu.
O HORÓSCOPO CIGANO
Figura 4 - Os Signos Ciganos
PUNHAL de 22 de março a 20 de abril A impulsividade é a principal característica do nativo deste signo. Sincero e autêntico, expressa a sua opinião, doa a quem doer. Persistente, não desiste até alcançar o seu objetivo. Regido por Marte. COROA de 21 de abril a 21 de maio Um signo basicamente romântico. O nativo deste signo sonha com um grande amor e, muitas vezes, sofre sem razão. Emotivo, costuma perder chances de subir na vida. Para ele, o que conta é o momento, a fantasia. Regido por Vênus. CANDEIAS de 22 de maio a 22 de junho Maleável, o nativo deste signo se adapta facilmente a tudo: mudanças, horários, situação financeira. Dança conforme a música. Versátil, topa qualquer desafio. No amor, não faz distinções. Regido por Mercúrio. RODA de 23 de junho a 23 de julho Extremamente emocional, magoa-se por qualquer coisa. Amoroso, adora crianças e animais. Sentimentalmente, só é feliz quando encontra um parceiro romântico. Regido pela Lua.
de 24 de julho a 23 de agosto Altamente sugestionável, o nativo de estrela não pode assistir a filmes de terror, entrar em hospitais ou ouvir conversas sobre doenças. Com grande força mental, ele pode atrair coisas boas como ruins. Romântico e criativo, é também um perfeccionista. Regido pelo Sol.
ESTRELA
SINO
de 24 de agosto a 23 de setembro Crítico em todos os aspectos. Não admite atrasos, erros ou desorganização. Como chefe, não costuma ser muito querido. Mas é prestativo, estando sempre pronto para resolver os problemas de todos. De extremo bom gosto, o nativo de sino aprecia a decoração e a moda. Regido por Mercúrio.
MOEDA de 24 de setembro a 23 de outubro
Para ele, a harmonia é fundamental. Detesta brigas e desentendimentos. Idealista, gostaria que todos fossem leais e amigos. No amor, exige exclusividade. Só se apaixona quando encontra alguém estável e seguro. Regido por Vênus. ADAGA de 24 de outubro a 22 de novembro Impulsivo, o nativo de adaga possui pavio curto. Quando se aborrece, fala tudo o que lhe vem â cabeça.
No dia seguinte, se arrepende e volta atrás. Sentimentalmente, faz o gênero “um amor e uma cabana”. Regido por Plutão. MACHADO de 23 de novembro a 22 de dezembro O nativo deste signo não sabe dizer não. Por esse motivo, costuma ser explosivo. Para ele, nada é mais importante que a sua liberdade. Não gosta de se prender a nada - horários, lugares ou pessoas. Teme o casamento e a rotina. Regido por Júpiter. FERRADURA de 23 de dezembro a 19 de janeiro Prudente e realista, não se arrisca em projetos incertos. Para ele, tudo precisa ser seguro e calculado. Ambicioso, não mede esforços para conseguir o que deseja, não se importando com os meios que use. Apenas o amor é capaz de tirá-lo do sério. Regido por Saturno. TAÇA de 20 de janeiro a 19 de fevereiro Um signo independente e orgulhoso, que gosta de progredir às custas do próprio esforço. A bondade é uma característica importante; está sempre disposto a ajudar. Sentimentalmente, é instável. Para casar-se, precisa estar apaixonado. Regido por Urano.
CAPELAS de 20 de fevereiro a 21 de março ótimo amigo, leal e honesto. Sua natureza é triste e quieta. Dificilmente o nativo deste signo participa ativamente de festas ou diversões. Ele prefere observar. No amor, é cuidadoso. Custa muito a se apaixonar e namora pouco. Casa-se tarde. Regido por Netuno. SUA PEDRA DA SORTE As pedras preciosas têm poderes mágicos, segundo os estudiosos. Cada uma atua de maneira diferente sobre o organismo e a psique, estimulando ou inibindo certas características pessoais. Estimule as vibrações energéticas transmitidas pelas pedras usando as do seu signo. Vai trazer sorte. PUNHAL Diamante ou rubi Trazem pureza e resistência. COROA Esmeralda ou Safira. Atraem bons casamentos e afastam o olho grande. CANDEIAS Ágata. Ajuda a conseguir bons empregos e dinheiro. RODA Rubi ou Ágata. Evitam perdas materiais e atraem novos bens.
ESTRELA Brilhante ou Ônix. Ajudam sentimentalmente e afastam doenças. SINO Crisólito ou Granada. Trazem felicidade e levantam o astral. MOEDA Lápis-lazúli ou Opala. Dão coragem e energia constantes. ADAGA Água-marinha ou Topázio. Afastam os problemas e atraem empregos. MACHADO Turquesa ou Topázio. Trazem vitórias e abrem os caminhos. FERRADURA Turquesa ou Granada. Afastam a infelicidade, o ciúme e o orgulho. TAÇA Ametista. Atrai o sucesso e boas vibrações. CAPELAS Ametista ou Heliotrópio. Afastam a irresponsabilidade e dão força positiva.
A LUA, A MAGA DO ZODÍACO Quando os ciganos vão ao seu santuário, perto de Arles na Provença, onde festejam também as “Santas Marias do Mar”, Madalena, Jacobé e Salomé, sempre o fazem em tempo propício. A Lua cheia, ou a nova, ou a minguante, ou ainda a crescente, importa para a realização de trabalhos mágicos. Pois, para os ciganos, a Lua é a maga do Zodíaco. Quando os vi pela primeira vez era noite de Lua cheia e dançavam num bródio, comezaina para festejar um gade. Eles me aceitaram, única pessoa ali que não era gajo, nem manuche. Eu, então uma menina, fui aos poucos colhendo os frutos de suas vidas e de suas crenças. A primeira que aprendi foi sobre a força da Lua, sua influência em nossa vida, seu valor mágico. A Lua, como nosso mais próximo vizinho sideral, está a uma distancia média de 382.000 km do centro do nosso planeta. Assim, ela é a nossa influência mais próxima. Faz uma volta completa em torno da Terra em pouco mais de 27 dias. Em virtude da posição relativa dos três astros, Lua, Terra e Sol, surgem os vários aspectos: Lua nova, Quarto crescente, Lua cheia, Quarto minguante. Metade da Lua permanece sempre obscura. Assim, para os ciganos, ela tem uma parte sempre oculta, reservada, uma grande incógnita. Logo, é como uma sacerdotisa, uma pítia, uma maga que se encobre em mantos no Zodíaco. Tem uma parte sempre secreta, como os magos. Também muda em quatro fases, como são os elementos da magia: terra, ar, água e fogo. Ela tem uma luz que não lhe pertence, é a luz solar refletida em si e assim, ela como as forças da
Magia existem sempre através de uma força maior que domina o mago. A Lua é feminina e foi adorada como Isis, no Egito; Carmona, Vênus, Afrodite (Grécia e Roma), e pana os ciganos ela é Sara, a maga, a mãe, o útero, o óvulo, tudo que é feminino. Assim, se os ciganos desejam fazer um feitiço sempre observam em que fase a Lua está. Acreditam que as pessoas cujo signo tem a influência lunar são místicas, falsas, megeras, poderosas ou produtivas. Já as que têm a influência do Sol são fortes, lutadoras, capazes, dotadas de magnetismo animal, perigosas e idealistas. O Sol, como a estrela mais próxima da Terra, é a única de nosso sistema planetário que faz com que as pessoas por ele influenciadas sejam únicas, dominadoras e façam com que os outros girem sempre á sua volta. Ele domina os planetas e os asteróides ao seu redor. Ou seja: Mercúrio, Vênus, Terra, Marte, Júpiter, Saturno, Urano, Netuno, Plutão e os asteróides Ceres, Palas, Vesta. Outros satélites como a Lua e os meteoritos. Assim, todos os que têm no Sol a maior influência planetária são o centro de tudo à sua volta. São também quentes e alegres, pois o Sol é fonte de energia e vida para tudo e todos. Em magia, o homem é simbolizado pelo Sol e a mulher pela Lua. Mas, como me ensinou Runhol naquela festa de casamento, “há mulheres que são mais solares do que seus homens. Outras têm uma boa carga de Sol em suas vidas, mas não deixam que o Sol domine sua Lua, tornando-as agressivas. Outras nem sabem disso e se tomam fêmeas rabugentas, orgulhosas, egoístas e até estéreis, o que uma manuche nunca pode ser, pois os filhos são a
grande herança do casal e da tribo. Uma cigana nunca deve ter menos de cinco ou seis filhos. Quanto mais melhor”, falou o velho cigano Runhol aquela menina que foi vê-lo pela primeira vez. Hoje, como dirigente do "Templo de Magia Cigana", jogo cartas como as manuches, leio a sorte como os gitanos, conheço-os e aprendi que em toda a parte há gente boa e má, solar ou lunar, dependendo não da cor da pele, da origem, mas da sensibilidade, vivência e fraternidade que cada um possui. Cultura sem sensibilidade se torna árida. Amor sem sexo, incompleto; desejo sem luta, irrealizável. Assim como a Lua influi em nós mulheres e nas colheitas, ela também influi em nosso físico. Assim, para que os cabelos cresçam, as manuches só os aparam em Lua cheia. Um noivado ou casamento sempre se faz na Lua cheia. Um passeio, para restituir a saúde, só em dia de Sol. E um bom trabalho de amarração, para dominar de novo alguém que ande esfriando, requer tempo de Lua cheia. Muitas destas palavras que citei acima são do dialeto cigano, assim um homem cigano é um gadjé e um gajão ou gajo é um não cigano. Uma mulher é manuche (quando cigana) e gavina quando não zíngara. Um feiticeiro é um kaku, espécie de Cigano(a) de toda a tribo. Uma mulher que domine a tribo é a mãe-detribo. E dinheiro, um dos maiores amores dos ciganos, é lovés. De hábitos errantes, eles hoje se fixam. Muitos estão na Itália, tziganes; na Alemanha são chamados zigeuner, e gitanos na Espanha. Na força do Sol e na força da Lua que eu possa contar um pouco de suas tradições secretas, em meio a
vozes afinadas, que soam nas noites claras de luar nas festas e bródios gitanos.

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