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A CASA DO APRENDIZ

"MARABÔ" Centro de Cultura, Documentação, Pesquisa e Estudos das Ciências Esotéricas.

"MARABÔ" Centro de Cultura, Documentação, Pesquisa e Estudos das Ciências Esotéricas, mantém encontros periódicos para o treinamento, exercícios, troca de experiências, comemoração dos Sabbáths e Esbbáths, além de trabalhar juntos em outros rituais. A disciplina é essencial na formação de uma consciência mágica comum ao grupo e de uma Egrégora (que é, para simplificar, a força mágica do grupo e sua repercussão no Astral). "MARABÔ" Centro de Cultura, Documentação, Pesquisa e Estudos das Ciências Esotéricas tem seu próprio símbolo e nome, suas regras, suas características, seu método de estudo e "carisma mágico próprio". "MARABÔ" Centro de Cultura, Documentação, Pesquisa e Estudos das Ciências Esotéricas pode e deve trocar influências, porém sempre respeitando a individualidade de cada membro. Mais que tudo,"MARABÔ" Centro de Cultura, Documentação, Pesquisa e Estudos das Ciências Esotéricas é um organismo vivo, pulsante, que responde segundo seus membros. Se alguém está doente, mal-intencionado, desequilibrado, angustiado, isso tudo se reflete no desempenho do grupo, nos resultados dos rituais. Por outro lado se há alguém extremamente bem, feliz, disposto, energizado, isso também é dividido com os membros que sentem a energia desta Comunhão com "O ABSOLUTO". "MARABÔ" é o Local para o Culto a Sabedoria, ao Conhecimento, das Diversas Culturas Étnicas e Correntes Filosóficas, a Teosofia, a kaabalah, entre outras, Ciências Esotércas. "MARABÔ" dá início à caminhada espiritual. Indica sempre que algo novo está a começar. Tem uma mesa à sua frente, onde se podem ver quatro objetos simbólicos: uma taça, um punhal, um pergaminho e uma moeda, que pode ter a imagem do pentagrama. Parece que precisa de ajuda superior para tomar uma decisão e por isso ergue um pequeno bastão para o alto, captando energia e dirigindo-a para baixo, com a outra mão. É como se ele fosse o elo entre as energias divinas e o mundo material, mas precisa de ajuda porque ainda é um aprendiz. O punhal é o simbolo da luta, da energia sexual, do poder e da vitória. A moeda é o simbolo do mundo material, dos bens e do dinheiro. O pergaminho é a inteligência, o estudo, a espiritualidade. A taça, por sua vez, simboliza as emoções, o amor, o coração, a sensibilidade. O bastão é o simbolo da vontade e da sabedoria. Na caminhada espiritual, o "MARABÔ" representa o ponto de partida e a necessidade de fazer uma canalização de vibrações superiores para poder realizar uma evolução. "MARABÔ" representa o poder da mente em direcionar um projeto com maestria, concentrando esforços e inteligência para um determinado fim. Representa também a concentração sem esforço, pois trabalha e cria com naturalidade e espontaneidade. Pode representar ainda como uma necessidade de tomar uma iniciativa imediatamente, de ousar mais. Realização, perseverança, conquista. "MARABÔ" gosta de planejar, colocar em prática seus mais audaciosas planos, depois os controla e comanda pessoas para as suas conquistas materiais. Com "MARABÔ", temos a certeza de possuir condições para concretizarmos tudo o que queremos, pois temos as condições materiais, estruturais e financeira para a concretização. Além do mais, este período será de segurança e estabilidade com isso nos proporcionando uma satisfação interior muito grande. "MARABÔ" é o Avanço, progresso, início de algo novo. "MARABÔ" simboliza a vitória, direção, controle, esforço, confiança, o caminho. Com o "MARABÔ" há progresso, há projetos em andamento. Simboliza a ação, que se toma a seguir a uma decisão. Aquilo que foi resolvido está a ser executado, é a realização de projetos. A pessoa deve ter força e liderança suficientes para evitar que um anule o outro. Deve ter controle firme para manter o equilíbrio. Na caminhada espiritual,o"MARABÔ" representa o momento em que o viajante passou pela encruzilhada, tomou um rumo firme e está determinado a cumprir mais etapas evolutivas. Olha para o horizonte, sem qualquer expressão. Não há sensualidade, nem agressividade. Parece calma, equilibrado, limpa, ordenada. "MARABÔ" é o equilíbrio, processos judiciais (julgamento), leis, limites. Ele traz o equilíbrio, a isenção, a análise do passado. "MARABÔ" cumpre um papel, representa uma instituição. Também simboliza a colheita - "Cada um colhe aquilo que plantou". "MARABÔ" simboliza o plano material e o plano emocional, ou seja, os dois devem estar equilibrados, Ele representa a punição que pode distribuir a quem a merece. Na caminhada espiritual, "MARABÔ" representa um momento de equilíbrio, no qual se recebem as recompensas (ou punições) materiais e emocionais pelo caminho já percorrido. É inevitável, o Refletir sempre antes de tomar decisões, pois devem ser justas. Muitas vezes ele também simboliza o isolamento, restrição, afastamento. Algumas vezes "MARABÔ" isola-se para descobrir o conhecimento que o rodeia, na natureza, por exemplo, e também para se autoconhecer. O aspecto fundamental é que necessita de cortar os laços (temporariamente ou não) com a sociedade que o rodeia. "MARABÔ" é Fiel a si mesmo e sabedoria, representa o conhecimento da ciência oculta. Ele sé a prudência, que o acompanha em sua busca de orientar melhor, mostrando a luz da inteligência e da sabedoria, (a luz da verdade). Significa também que a luz atinge o passado, o presente e o futuro. E Nele existe austeridade. Ele segue sua viagem através do tempo com a sabedoria. "MARABÔ" se refere à acumulação de conhecimentos e está disposto a ouvir e ajudar os que o procuram. Representa o valor do conhecimento adquirido à custa de trabalho ininterrupto, que apenas mentes privilegiadas conseguem desenvolver."MARABÔ" está relacionado ao elemento terra, portanto à vida material, às conquistas financeiras, profissionais e a tudo que, enfim, representa aquilo que pode ser tangível em termos materiais, para ele a possibilidade de se conseguir conquistar a segurança material com trabalho, disciplina e esforço. O ser humano é ambicioso e a ambição tem relação como o naipe de ouros. "MARABÔ" é representa a dedicação, o esforço, o empenho dedicados aos estudos e ao trabalho; ligado ao elemento ar e está relacionado ao poder ambivalente da mente e do pensamento; ligado ao elemento água e ao mundo dos sentimentos, sendo o símbolo da taça relacionado ao coração, como receptáculo das nossas emoções. Ele corresponde ao elemento fogo que a tudo transforma sem ser alterado. Está ligado ao fazer e à criatividade.

DANÇA DO VENTRE

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terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Bramanismo e Hinduísmo



Bramanismo ou Brahmanismo é a antiga filosofia religiosa indiana que formou a espinha dorsal da cultura daquela civilização por milênios. Se estende de meados do segundo milênio a.C. até o início da era cristã. Persiste de forma modificada, sendo atualmente chamada de Hinduísmo.
É um conjunto de concepções religiosas, sociais e políticas, oriundo do Vedismo, primitiva forma de religião dos hindus, que tem como base os textos dos Vedas (conhecimento divino) ou o Sruti (revelação), transmitidos oralmente e considerados de origem divina. Suas características principais são: crença na reencarnação, sistema de castas - referente aos quatro filhos de Brahma -, naturalismo e individualismo. Brahman(ou Brame), Deus supremo, individual, encarnou-se sucessivamente em Brahma (Brama), Deus criador, Vishnu, deus da conservação e Shiva, deus da destruição, formando a trindade indiana chamada trimurti. Brahman teve quatro filhos que encarnavam as quatro castas hereditárias. No século III ou II antes de Cristo, o Bramanismo sofreu uma transformação e passou a ser o Bramanismo sectário ou Hinduísmo. Os princípios do Bramanismo foram estabelecidos pelos brâmanes no Código de Manu, personagem considerado o pai dos árias. Consiste não só em doutrinas e práticas religosas como também aborda uma série de regras morais para a vida social.
A parte mais antiga desta tradição é o Samhita, composto de hinos e dividido em quatro repositórios: o Rig Veda, o Yajur Veda, o Sama Veda e o Atharva Veda.
As mais recentes são os Brahmanas, compostos entre os séculos X e VII a.C., formados por textos litúrgicos e os Upanishads, de caráter filosófico.
A tradição bramânica é formada por 33 divindades com funções tríplices, são divididas em terrestres, atmosféricas e celestes. Existem deuses soberanos, guerreiros e patronos das atividades humanas.
A crença na reencarnação própria do Bramanismo tem como base a evolução do espírito, e só chega ao fim quando a libertação (moksha) é alcançada.
Hinduísmo:
O hinduísmo é uma tradição religiosa[1] que se originou no subcontinente indiano. O hinduísmo é frequentemente chamado de Sanātana Dharma (सनातन धर्म) por seus praticantes, uma frase em sânscrito que significa "a eterna dharma (lei)"[2]
Num sentido mais abrangente, o hinduísmo engloba o bramanismo, a crença na "Alma Universal", Brâman; num sentido mais específico, o termo se refere ao mundo cultural e religioso, ordenado por castas, da Índia pós-budista.[3] Entre as suas raízes está a religião védica da Idade do Ferro na Índia e, como tal, o hinduísmo é citado frequentemente como a "religião mais antiga",[4] a "mais antiga tradição viva"[5] ou a "mais antiga das principais tradições existentes".[6][7][8] É formado por diferentes tradições e composto por diversos tipos, e não possui um fundador.[9] Estes tipos, sub-tradições e denominações, quando somadas, fazem do hinduísmo a terceira maior religião, depois do cristianismo e do islamismo, com aproximadamente um bilhão de fiéis, dos quais cerca de 905 milhões vivem na Índia e no Nepal.[10] Outros países com populações significativas de hinduístas são Bangladesh, Sri Lanka, Paquistão, Malásia, Singapura, ilhas Maurício, Fiji, Suriname, Guiana, Trinidad e Tobago, Reino Unido, Canadá e Estados Unidos.
O vaso corpo de escrituras do hinduísmo se divide em shruti ("revelado") e smriti ("lembrado"). Estas escrituras discutem a teologia, filosofia e a mitologia hinduísta, e fornecem informações sobre a prática do dharma (vida religiosa). Entre estes textos os Vedas e os Upanixades possuem a primazia na autoridade, importância e antiguidade. Outras escrituras importantes são os Tantras, os Ágamas, sectários, e os Puranas (AFI: [Purāṇas]), além dos épicos Maabárata (AFI: [Mahābhārata]) e Ramáiana (AFI: [Rāmāyaṇa]). O Bagavadguitá (AFI: [Bhagavad Gītā]), um tratado do Maabárata, narrado pelo deus Críxena (Krishna), costuma ser definido como um sumário dos ensinamentos espirituais dos Vedas.[11]
Os hindus acreditam num espírito supremo cósmico, que é adorado de muitas formas, representado por divindades individuais. O hinduísmo é centrado sobre uma variedade de práticas que são vistos como meios de ajudar o indivíduo a experimentar a divindade que está em todas as partes, e realizar a verdadeira natureza de seu Ser.
A teologia hinduísta se fundamenta no culto aos avatares (manifestações corporais) da divindade suprema, Brâman. Particular destaque é dado à Trimurti - uma trindade constituída por Brama (Brahma), Xiva (Shiva) e Vixnu (Vishnu). Tradicionalmente o culto direto aos membros da Trimurti é relativamente raro - em vez disso, costumam-se cultuar avatares mais específicos e mais próximos da realidade cultural e psicológica dos praticantes, como por exemplo Críxena (Krishna), avatar de Vixnu e personagem central do Bagavadguitá.
Etimologia:
Hindū é o nome em persa do rio Indo, encontrado pela primeira vez na palavra Hindu (həndu) do persa antigo, correspondente ao sânscrito védico Sindhu.[13] O Rigveda chama a terra dos indo-arianos como Sapta Sindhu (a terra dos sete rios no noroeste da Ásia Meridional, um deles o Indo), que corresponde ao Hapta Həndu no Avesta (Vendidad or Videvdad, 1.18), escritura sagrada do zoroastrianismo. O termo foi utilizado para designar aqueles que viviam no subcontinente indiano, ou para além do "Sindhu".[14]
O termo persa (persa médio Hindūk, persa moderno Hindū) entrou na Índia pelo Sultanato de Délhi e aparece nos textos do sul da Índia, bem como da Caxemira, a partir de 1323 d.C,[15] e a partir daí é cada vez mais utilizado, especialmente durante o Raj britânico. Desde o fim do século XVIII a palavra passou a ser usada no Ocidente como um termo que abrange a maioria das tradições religiosas, espirituais e culturais do subcontinente, com a exceção do sikhismo, budismo e jainismo, religiões distintas.[16]
Divisões:
O hinduísmo pode ser subdividido em diversas correntes principais. Dos seis darshanas ou divisões históricas originais, apenas duas escolas, a vedanta e a ioga, sobrevivem. As principais divisões do hinduísmo hoje em dia são o vixnuísmo, o xivaísmo, o smartismo e shaktismo. A imensa maioria dos hindus atuais podem ser categorizados sob um destes quatro grupos, embora ainda existam outros, cujas denominações e filiações variam imensamente.
Alguns estudiosos dividem as correntes do hinduísmo moderno em seus "tipos":[17]
Hinduísmo popular, baseado nas tradições locais e nos cultos das divindades tutelares, praticado em nível mais localizado;
Hinduísmo dármico ou "moral diária", baseado na noção de carma, na astrologia, nas normas de sociedade como o sistema de castas, os costumes de casamentos.
Hinduísmo vedanta, especialmente o Advaita (smartismo), baseado nos Upanixades e nos Puranas;
Bhakti, ou "devocionalismo", especialmente o vixnuísmo;
Hinduísmo bramânico védico, tal como é praticado pelos brâmanes tradicionalistas, especialmente os shrautins;
Hinduísmo iogue, baseado especialmente nos Yoga Sutras de Patandjáli. com os principais templos Hoysaleswara e Khajuraho.
Definições:
O hinduísmo não tem um "sistema unificado de crenças, codificado numa declaração de fé ou um credo",[18] mas sim é um termo abrangente, que engloba a pluralidade de fenômenos religiosos que se originaram e são baseados nas tradições védicas.[19][20][21][22]
Hindu é originalmente um termo persa, em uso desde os tempos do Sultanato Délhi, e que se referia a qualquer tradição nativa da Índia, em contraste com o islã. Hindu é usado no inglês no sentido de "pagão indiano" desde o século XVII,[23] porém a noção do hinduísmo como uma tradição religiosa identificável, qualificando uma das religiões do mundo, surgiu apenas durante o século XIX.
A característica da tolerância compreensiva às diferenças de credo e a abertura dogmática do hinduísmo o torna difícil de ser definido como uma religião de acordo com o conceito ocidental tradicional.[24] Embora o hinduísmo seja um conceito prático claro para a maior parte de seus seguidores,[carece de fontes] muitos manifestam algum tipo de problema ao tentar chegar a uma definição do termo, principalmente devido à ampla gama de tradições e ideias incorporadas ou cobertas por ele.[18] Embora seja descrito como uma religião, o hinduísmo costuma ser definido com mais frequência como uma 'tradição religiosa'.[1] É descrito como a mais antiga das religiões mundiais, e mais diversa em tradições religiosas.[5][25][26][27]
A maior parte das tradições hindus reverenciam um corpo de literatura sagrada ou religiosa, os Vedas, embora existem exceções; algumas tradições religiosas acreditam que certos rituais específicos sejam essenciais para a salvação, mas diversos pontos de vista sobre o assunto podem coexistir. Algumas filosofias hindus postulam uma ontologia teística da criação, sustento e destruição do universo, enquanto outros hindus são ateus. O hinduísmo por vezes é caracterizado pela crença na reencarnação (samsara), determinada pela lei do carma (karma), e que a salvação é a liberdade deste ciclo de sucessivos nascimentos e mortes; outras religiões da região, no entanto, como o budismo e o jainismo, também acreditam nisto, mesmo estando fora do escopo do hinduísmo.[18] O hinduísmo é visto como a mais complexa de todas as religiões históricas vivas do mundo,[28] porém a despeito desta complexidade é não apenas numericamente a maior delas, como também a mais antiga tradição em existência na Terra, com raízes que se estendem até a pré-história.[29]
Uma definição do hinduísmo dada pelo primeiro vice-presidente da Índia, o reputado teólogo Sarvepalli Radhakrishnan, diz que ele não é "apenas uma fé", mas que, por estar ele próprio relacionado à união da razão e intuição, não pode ser definido, apenas experimentado.[30] De maneira similar, alguns acadêmicos sugerem que o hinduísmo pode ser visto como uma categoria com seus limites pouco definidos, e não uma entidade rígida e bem-definida. Algumas formas de expressão religiosa são centrais ao hinduísmo, enquanto outras não são tão centrais porém ainda enquadram-se dentro da categoria; com base nisto desenvolveram-se algumas teorias acerca da definição do hinduísmo, como a 'teoria dos protótipos'.[31]
Os problemas com uma única definição do que realmente se quer dizer pelo termo 'hinduísmo' frequentemente são atribuídas ao fato de que o hinduísmo não tem um fundador histórico único ou comum. O hinduísmo ou, como alguns dizem, 'hinduísmos', não tem um sistema único de salvação, e apresenta diferentes metas de acordo com a seita ou denominação. As formas da religião védica são vistos não como uma alternativa ao hinduísmo, mas como a sua forma mais antiga, e praticamente não hpa justificativa para as divisões estabelecidas pela maior parte dos acadêmicos ocidentais entre o vedismo, o bramanismo e o próprio hinduísmo.[32]
Uma possível definição de hinduísmo é ainda mais complicada pelo uso frequente do termo "fé" como sinônimo para "religião".[18] Alguns acadêmicos[33] e diversos praticantes se referem ao hinduísmo com uma definição nativa, como 'Sanātana Dharma', uma frase em sânscrito que significa "a eterna lei" ou "eterno caminho".[2][34]
Crenças:
Escultura no templo de Hoysaleswara representando a Trimurti: Brama, Xiva e Vixnu.
O hinduísmo é uma corrente religiosa que evoluiu organicamente através dum grande território marcado por uma diversidade étnica e cultural significativa. Esta corrente evoluiu tanto através da inovação interior quanto pela assimilação de tradições ou cultos externos ao próprio hinduísmo. O resultado foi uma variedade enorme de tradições religiosas, que vai de cultos pequenos e pouco sofisticados os principais movimentos da religião, que contam com milhões de aderentes espalhados por todo o subcontinente indiano e outras regiões do mundo. A identificação do hinduísmo como uma religião independente, separada do budismo e do jainismo, depende muitas vezes da afirmação dos próprios fiéis de que ela o é.[35]
Temas proeminentes nas (porém não restritos às) crenças hinduístas incluem o darma (dharma, ética hindu), samsara (samsāra, o contínuo ciclo do nascimento, morte e renascimento), carma (karma, ação e consequente reação), mocsa (moksha, libertação do samsara), e as diversas iogas (caminhos ou práticas).
Conceito de Deus
A concepção de Deus no hinduísmo é complexa e depende de uma particular tradição. Na maioria das tradições, como o vixnuísmo, ele é Vixnu, Deus, e sendo este identificado como Krishna. Já para muitas outras tradições, Deus seria "prakriti", ou seja, "energia".
A palavra usada como sinônimo de Deus no sânscrito, tem, em sua raiz, a ideia de "um ser com poderes extraordinários". Esta palavra, ou sua forma mais utilizada, é Ishvara, originalmente um título comparável ao "Senhor". Os hindus acreditam que Ishvara é Único.
O hinduísmo é um sistema diversificado de pensamento, com crenças que abrangem o monoteísmo, politeísmo,[36] panenteísmo, panteísmo, monismo e ateísmo, e o seu conceito de Deus é complexo, e está vinculado a cada uma das suas tradições e filosofias. Por vezes é tido como uma religião henoteísta (isto é, que envolve a devoção a um único deus, embora aceite a existência de outros), porém o termo é visto, da mesma maneira que os outros, como uma generalização excessiva.[37]
A maior parte dos hindus acredita que o espírito ou a alma - o "eu" verdadeiro de cada pessoa, chamado de ātman — é eterno.[38] De acordo com as teologias monistas/panteístas do hinduísmo (tais como a escola Advaita Vedanta), este Atman não pode ser distinguido, em última instância, do Brâman, o espírito supremo; estas escolas são, portanto, chamadas de não-dualistas.[39] A meta da vida, de acordo com a escola Advaita, é chegar à conclusão que o seu ātman é idêntico ao Brâman, a alma suprema.[40] Os Upanixades afirmam que quem que tome consciência do ātman como o âmago de si próprio estabelece uma identidade com Brâman, atingindo assim o moksha ("liberação" ou "liberdade").[38][41]
Escolas dualísticas (Ver Dvaita e Bhakti) compreendem Brâman como um Ser Supremo que possui personalidade, e o/a veneram como Vixnu, Brama, Xiva ou Shakti, dependendo da seita. O ātman é dependente de Deus, enquanto o moksha depende do amor a Deus e da graça de Deus.[42] Quando Deus é visto como um ser supremo pessoal (em lugar do princípio infinito), Deus é chamado de Ishvara ("O Senhor"[43]), Bhagavan ("O Auspicioso"[43]) ou Parameshwara ("O Senhor Supremo"[43]).[39] As interpretações de Ishvara variam, no entanto, da não-crença no Ishvara dos seguidores do Mimamsakas, até a sua identificação com Brâman, pelo Advaita.[39] Na maior parte das tradições do vixnuísmo Deus é Vixnu, e o texto das escrituras desta denominação identifica este Ser como Críxena, por vezes chamado de svayam bhagavan. Também existem escolas, como o Samkhya, que têm tendências atéias.[44]
Devas e avatares:
Críxena (à esquerda), a oitava encarnação (avatar) de Vixnu, ou svaym bhagavan, com sua consorte, Rada - venerada como Radha Krishna em diversas tradições. Pintura tradicional do século XVII.
As escrituras hindus se referem a entidades celestiais chamadas devas (ou devī, na sua forma feminina; devatā é usado como sinônimo de Deva em hindi), "os brilhantes", que pode ser traduzido como "deuses" ou "seres celestiais".[45] Os devas são uma parte integrante da cultura hindu, e foram retratados na sua arte, arquitetura, e através de ícones, e histórias mitológicas sobre eles foram relatadas nas escrituras da religião, particularmente na poesia épica indiana e nos Puranas. Frequentemente são, no entanto, dissociados de Ishvara, um deus pessoal supremo que muitos hindus veneram de uma forma particular, como seu iṣṭa devatā, ou "ideal escolhido".[46][47] A escolha éuma questão de preferência individual[48] e tradições regionais e familiares.[48]
Os épicos hindus e os Puranas relatam diversos episódios da descida de Deus à Terra em sua forma corpórea para restaurar o darma da sociedade e guiar os humanos ao moksha. Tal encarnação é chamada de avatar. Os avatares mais são os de Vixnu, e incluem Rama (protagonista do Ramáiana) e Críxena (figura central do épico Maabárata).
Carma e samsara:
Carma ou karma (do sânscrito कर्म, transl. Karmam, e em pali, Kamma, "ação") é um termo de uso religioso dentro das doutrinas budista, hinduísta e jainista, adotado posteriormente também pela Teosofia, pelo espiritismo e por um subgrupo significativo do movimento New Age, para expressar um conjunto de ações dos homens e suas consequências. Este termo, na física, é equivalente a lei: "Para toda ação existe uma reação de força equivalente em sentido contrário". Neste caso, para toda ação tomada pelo Homem ele pode esperar uma reação. Se praticou o mal então receberá de volta um mal em intensidade equivalente ao mal causado. Se praticou o bem então receberá de volta um bem em intensidade equivalente ao bem causado. Dependendo da doutrina e dos dogmas da religião discutida, este termo pode parecer diferente, porém sua essência sempre foca as ações e suas consequências.
Carma (Karma) pode ser traduzido literalmente como "ação", "obra" ou "feito"[49] e pode ser descrito como a "lei moral de causa e efeito".[50] De acordo com os Upanixades um indivíduo, conhecido como o jiva-atma, desenvolve sanskaras (impressões) a partir das ações, sejam elas físicas ou mentais. O linga sharira, um corpo mais sutil que o físico, porém menos sutil que a alma, armazena as impressões, e lhes carrega à vida seguinte, estabelecendo uma trajetória única para o indivíduo.[51] Assim, o conceito de um carma infalível, neutro e universal, relaciona-se intrinsecamente à reencarnação, assim como à personalidade, característica e família de cada um. O carma une os conceitos de livre-arbítrio e destino.
O ciclo de ação, reação, nascimento, morte e renascimento é um contínuo, chamado de samsara. A noção de reencarnação e carma é uma premissa forte do pensamento hindu. O Bagavadguitá afirma que:
“ Assim como uma pessoa veste roupas novas e joga fora as roupas antigas e rasgadas, uma alma encarnada entra em novos corpos materiais, abandonando os antigos. (B.G. 2:22)[52] ”
A samsara dá prazeres efêmeros, que levam as pessoas a desejarem o renascimento para gozar dos prazeres de um corpo perecível. No entanto, acredita-se que escapar do mundo da samsara através do moksha assegura felicidade e paz duradouras.[53][54] Acredita-se que depois de diversas reencarnações um atman eventualmente procura a união com o espírito cósmico (Brâman/Paramatman).
A meta final da vida, referida como moksha, nirvana ou samādhi, é compreendida de diversas maneiras diferentes: como uma realização da união de alguém com Deus; como a realização da relação eterna de alguém com Deus; realização da unidade de toda a existência; abnegação total e conhecimento perfeito do próprio Eu; como o alcance de uma paz mental perfeita; e como o desprendimento dos desejos mundanos. Tal realização libera o indivíduo da samsara e termina com o ciclo de renascimentos.[55][56]
A conceitualização do moksha difere entre as várias escolas de pensamento hindu. O Advaita Vedanta, por exemplo, sustenta que após alcançar o moksha um atman não mais identifica a si próprio como um indivíduo, mas sim como sendo idêntico a Brâman em todos os aspectos. Os seguidores das escolas Dvaita (dualísticas) se identificam como parte de Brâman, e, após atingir o moksha, esperam passar a eternidade num loka (céu),[57] na companhia de sua forma escolhida de Ishvara. Assim, diz-se os seguidores do Dvaita desejam "provar o açúcar", enquanto os seguidores do Advaita querem "se tornar açúcar".[58]
Objetivos da vida humana:
O pensamento hindu clássico aceita os seguintes objetivos da vida humana, conhecidos como os puruṣārthas ou "quatro objetivos da vida": dharma "retidão", "ethikos", artha "sustento", "riqueza", kāma "prazer sensual", mokṣa "liberação", "liberdade" [do samsara]".[59][60]
Acredita-se[quem?] que todos os homens seguem o kama e o artha, mas brevemente, com maturidade, eles aprendem a controlar estes desejos com o dharma, ou a harmonia moral presente em toda a natureza. O objetivo maior seria o infinito, cujo resultado é a absoluta felicidade, moksha, ou liberação (também conhecida como mukti, samadhi, nirvana, etc.) do samsara, o ciclo da vida, morte, e da existência dual.
Ioga:
Ioga (em sânscrito e páli: योग, IAST: yóga, AFI: [joːgə]) é um conceito que se refere às tradicionais disciplinas físicas e mentais originárias da Índia.[1] A palavra está associada com as práticas meditativas tanto do budismo quanto do hinduísmo.[2][3] No hinduísmo, o conceito se refere à uma das seis escolas (āstika) ortodoxas da filosofia hindu, e à sua meta rumo ao que esta escola determina como suas práticas.[4][5]
Os principais ramos do ioga incluem a raja-ioga, carma-ioga, jnana-ioga, bacti-ioga e hata-ioga.[6][7][8] O Raja Yoga, compilado nos Ioga Sutras de Patanjali, e conhecido simplesmente como ioga no contexto da filosofia hinduísta, faz parte da tradição Samkhya.[9] Diversos outros textos hindus discutem aspectos da ioga, incluindo os Vedas, os Upanixades, o Bagavadguitá, o Hatha Yoga Pradipika, o Shiva Samhita e diversos Tantras.
A palavra sânscrita yoga tem diversos significados,[10] e deriva da raiz yuj, que significa "controlar", "jungir", ou "unir".[11] Algumas das traduções também incluem os significados de "juntando", "unindo", "união", "conjunção" e "meios".[12][13][14] Fora da Índia, o termo ioga costuma ser associado tipicamente com o Hatha Yoga e suas asanas (posturas), ou como um forma de exercício.
Um(a) praticante avançado(a) da ioga é chamado de iogue.
O vocábulo ioga:
O termo ioga
No devanágari, alfabeto utilizado no sânscrito, o termo é originalmente escrito desta forma: योग. Provém da raiz sânscrita yuj, que significa "jungir", "cangar", "arrear", "atrelar", "prender", "juntar". Quando se atrela o boi à canga ou jugo, ou ainda quando se junta a parelha de animais, isto significa que se está colocando esses animais em condições para o trabalho. Por isso, a raiz "yuj" também significa "adequar", "preparar" ou "utilizar".
A idéia de que a raiz "yuj" poderia significar "unir" no sentido de "integrar" (física ou misticamente) surge possivelmente a partir de uma afirmação vedantina que define o Ioga como a "união" entre o Jivatma e o Paramatma, que na verdade passam a ser um só. Mas "yuktam" (que é o particípio passado desse verbo) não significa "unido", mas "atrelado", "preparado" ou "adequado".
Ioga interpretado como "união" nos meios vedantinos, carece de sentido principalmente no Advaita Vedanta, onde tudo é Brâman, o Absoluto que abarca tudo o que existe, então não há a necessidade de "união", pois qualquer desunião, separação é mera ilusão (Maya), por isso há a descoberta da união sempre existente, a descoberta de Brahman em todas as coisas, inclusive no próprio individuo.
No Ioga Sutra essa interpretação de ioga como "união" também carece de sentido, pois somos e sempre fomos em essência o Purusha, a consciência incondicionada e eterna, que não precisa ser unida a nada, muito pelo contrário precisa ser desidentificada dos processos fenomenológicos da natureza (Prakrti).
Definições formais nas escrituras
Os textos hindus que discutem aspectos da ioga incluem principalmente os Upanixades, o Bagavadguitá,o Hatha Yoga Pradipika e o texto mais importante de todos, o Ioga Sutra.
No Bagavadguitá:
"É dito que Ioga é equanimidade da mente". (II, 48) "Ioga é a excelência nas ações". (II, 50)
No Ioga Sutra:
"Ioga é o recolhimento das atividades da mente" (I, 2)
Comentários de Vyasa aos Sutras de Patanjali:
"Ioga é Samadhi". (I, 1)
Nos Upanixades:
"Não conhece doença, velhice nem sofrimento aquele que forja seu corpo no fogo do Ioga. Atividade, saúde, libertação dos condicionamentos, circunspecção, eloquência, cheiro agradável e pouca secreção, são os sinais pelos quais o Ioga manifesta seu poder." Upanixade Shvetashvatara (II:12-13).
"A unidade da respiração, da consciência e dos sentidos, seguida pela aniquilação de todas as condições da existência: isso é o Ioga." Upanixade Maitri, VI:25
"Quando os cinco sentidos e a mente estão parados, e a própria razão descansa em silêncio, então começa o caminho supremo. Essa firmeza calma dos sentidos chama-se Ioga. Mas deve-se estar atento, pois o Ioga vem e vai." Upanixade Katha, VI
Grafia:
Particularmente no Brasil, mas também em Portugal e outros países, há uma certa polêmica em relação à ortografia do termo, devido às inúmeras convenções utilizadas para a transliteração de idiomas escritos em caracteres diferentes dos latinos, como no caso do grego, do hebraico, além do próprio devanágari. As grafias atualmente propostas aparecem em quase todas as variações possíveis: yôga, yoga, yóga e por fim ioga - única forma em língua portuguesa que é considerada ortograficamente correta.
No ocidente, alguns autores diferenciam conceitualmente a palavra dependendo de sua grafia. Ironicamente, apesar da palavra significar união, as diferenças também partem das diversas formas de se pronunciar a palavra ou redigir o termo transliterado.
A grafia adotada na Wikipédia é ioga, a forma aportuguesada também utilizada nos dicionários. A exceção é para as citações e nomes próprios de livros ou linhagens, para os quais foram mantidas as grafias originais adotadas na literatura de cada modalidade. Por extensão, é adotada também a forma iogue, para designar o praticante de Ioga.
Pronúncia
Na pronúncia do termo sânscrito, ouve-se a primeira e segunda letras (considerando a palavra transliterada para o alfabeto latino) soando rapidamente, o Ô fechado e uma leve prolongação desta letra. O 'ga' é soado rapidamente com o 'g' quase mudo. Podemos ouvir a pronúncia ideal da palavra no subcontinente indiano, principalmente na Índia, já que muitos termos derivados do sânscrito estão sendo preservados pelo hindi, idioma indo-ariano comumente utilizado neste país.
Noutros países em que a filosofia vem sendo praticada com grande entusiasmo observa-se variações interessantes. Na Argentina, a variação é encontrada na pronúncia CHôga, garantindo o som chiado do "y" falado nesta região. No Brasil, a divergência fonética é sobre a letra 'O', possivelmente iniciada pelos hábitos de pronuncia dos 'os' abertos ou fechados da população de cada região do país.
Linhas:
Há dezenas de linhas diferentes de ioga no mundo, que propõem não necessariamente caminhos contraditórios, mas sim diversos caminhos para alcançar os mesmos objetivos, descritos no primeiro parágrafo deste artigo.
Vários são os métodos e escolas para se atingir esta meta, porém ela sempre é o referencial. As escolas mais antigas utilizam-se de métodos estritamente técnicos. As escolas mais modernas tem uma conotação tendendo mais ao espiritualismo, fruto da difusão do Vedanta na época medieval. Desenvolveu-se ao longo da história no oriente, particularmente na Índia, e que nos dias de hoje está amplamente difundido no mundo todo, inclusive no ocidente.
Algumas linhas de ioga são: Ashtanga Vinyasa Yoga, Bhakti Yoga, Hatha Yoga, Iyengar Yoga, Jñana Yoga, Karma Yoga, Kriya Yoga, Raja Yoga, Raja Vidya Yoga, Siddha Yoga, Tantra Yoga, Kundalini Yoga, Prakriti Yoga entre outras.
Na Índia, país de origem da ioga, os mestres Krishnamacharya (B.K.S. Iyengar, Pattabhi Jois e Desikachar), Swami Sivananda, Gurudeva, Swami Vivekananda e Sri Aurobindo são algumas das principais referências.
Ioga Sutra de Patañjali:
Os Ioga Sutras, ou Aforismos da Ioga) são o texto clássico que codificou o conhecimento tradicional sobre a ioga. Foi escrito por Patañjali, renomado siddha nascido na região a noroeste da Índia, e que obteve notoriedade ensinando a ioga no sul daquele país. Acredita-se que tenha vivido por volta da época de Siddharta Gautama, o Buda, no século V a.C., ou pouco tempo depois.
O texto se compõe de 196 aforismos divididos em quatro capítulos que tratam do método do Yoga para libertar o praticante das transformações materiais e da morte (sutra IV, 33) devolvendo-o à sua natureza autêntica (sutras IV, 34 e I, 3). Os quatro capítulos são os seguintes:
1. Samāadhi Pāada - trata da definição do samadhi, que é um estado meditativo da mente, e dos processos para alcançar esse estado;
2. Sādhana Pāda - trata da prática que leva ao estado meditativo, e dos obstáculos que podem ser encontrados;
3. Vibhūti Pāda - trata dos resultados obtidos com a prática da meditação profunda (samyama), que são conhecimentos e habilidades especiais;
4. Kaivalya Pāda - trata do objetivo final do Yoga proposto nos Sutras, que é o estado de identificação do praticante com todo o Universo, produzindo o isolamento (Kaivalyam) que dá nome ao capítulo.
O Yoga ensinado nos Sutras é conhecido como Raja Yoga, Yoga Clássico ou Yoga do Samkhya. De fato é do Sistema Samkhya que os Sutras extraem a teoria que dá sustentação à sua proposta prática.
Sutras são um tipo de composição literária sânscrita que tem a finalidade de facilitar a memorização de um assunto complexo. Extremamente concisos, apresentam o assunto de forma linear, em que cada aforismo decorre naturalmente do anterior. Seu estilo de compor o assunto com pouquíssimas palavras torna muito difícil sua leitura, ainda que facilite a memorização. Por essa razão os sutras são frequentemente acompanhados por comentários mais extensos produzidos por mestres de várias épocas, com vistas ao melhor entendimento de seu conteúdo.
O mais celebrado comentário aos Sutras de Patanjali é conhecido como Mahabhashya, de autoria atribuída a Vyasa Deva (o mesmo autor do épico Mahabharata). Em que pesem as dúvidas sobre a identidade de seu verdadeiro autor, esse comentário é o mais autoritativo sobre os Sutras do Yoga.
Acredita-se que o quarto capítulo dos Sutras possa ter sido composto muito tempo depois dos outros três, como uma reação ao crescimento do Budismo pelo norte da Índia. Não há evidências desse fato, além da análise literária do conteúdo do próprio texto.
A obra Ioga Sutra de Pátañjali (300 a 200 a.C.) é um tratado clássico da filosofia ióguica e contém seus principais aspectos. O sistema filosófico do Ioga como exposto no Ioga Sutra aceita a psicologia, metafísica e fenomenologia da escola Samkhya, por isso pode-se dizer que são duas escolas irmãs, diferenciando apenas no uso do Íshvara (Senhor, um Purusha nunca afetado pela Prakrti) que o Ioga usa para uma pratica chamada Íshvara pranidhána, entretanto o Samkhya não consegue provar ou não provar sua existência.
A obra foi escrita em sânscrito, e oferecem uma série de desafios, pois os sutras (literalmente "fio condutor") são aforismos sintéticos, curtos, alguns são tão sintéticos que chegam a ser obscuros. Feitos assim, eles deviam ser decorados pelos alunos e discípulos. E além disso há no texto o uso de diversos termos chave sem sua formalizações, principalmente provenientes do sistema Samkhya que é tomado como base. Por esses motivos o Ioga Sutra se torna de difícil entendimento por aqueles que não fazem parte da cultura do ioga. Assim o Ioga Sutra foi vastamente traduzido e interpretado durante séculos das mais diversas maneiras, por comentadores. O primeiro comentador, além de mais famoso e autorizado, do Ioga Sutra é Vyása em seu Iogabasya, obra de 500 a 850 d.C.
Ashtanga: os oito pilares da ioga clássica
Referidos como componentes ou etapas, são passos que se sobrepõem à medida que se avança no caminho. São:
1 - Yama ou refreamentos
1.1 -Ahimsa ou não-violência
1.2 -Satya ou não mentir
1.3 -Asteya ou não-roubar
1.4 -Brahmacharya ou não dissipar a sexualidade
1.5 -Aparigraha ou não cobiçar
2 - Niyama ou auto-observações
2.1 -Saucha ou limpeza
do corpo: alimentação, limpezas corporais (shat-karma) e pranayama.
da mente, do intelecto, das emoções
do lugar em que se pratica Ioga
2.2 -Santosha ou auto-contentamento
2.3 -Tapas ou auto-superação
esforço do corpo, da fala e da mente
2.4 -Svadhyaya ou auto-estudo
2.5 -Ishvara pranidhama ou auto-entrega
3 - Asana ou posições psicofísicas
4 - Pranayama ou expansão (ayama) da força vital (prána) através de exercícios respiratórios
5 - Pratyahara ou abstração dos sentidos externos
6 - Dharana ou concentração mental
7 - Dhyana ou meditação
8 - Samadhi ou absorção meditativa
Obstáculos: Nove dispersões mentais
Patañjali enumera nove obstáculos ao Yoga (Sutra 1.30) que são dispersões ou oscilações mentais, embora outros fatos não enumerados também possam ser considerados obstáculos.
1 - Doença, desequilíbrio do corpo-mente
2 - Apatia, inércia da consciência
3 - Dúvida, conhecimento que oscila entre os pares de opostos
4 - Negligência, falta de investigação dos meios de se alcançar o Ioga
5 - Preguiça, ausência de esforço do corpo e da mente
6 - Incontinência, apetite da consciência pelo gozo dos sentidos
7 - Percepção errônea ou noção incerta, vem do conhecimento errôneo (viparyaya)
8 - Não-realização das etapas, é a falha em se alcançar os estados do Ioga
9 - Instabilidade, é a não estabilização da consciência
Aparecem junto com essas dispersões (Sutra 1.31):
1 - Sofrimento
2 - Angústia, devido a não satisfação de um desejo
3 - Agitação do corpo
4 - Inspiração, uma respiração agitada, sem ritmo, não-profunda, rápida, irregular é sintoma de uma mente ainda dispersa
5 - Expiração
Para preveni-las deve-se praticar disciplina (abhyása) sobre um princípio (tattva) qualquer (Sutra 1.32).
Ioga no Brasil:
História do ioga na América do Sul:
A primeira vez que no continente sul-americano ouviu-se falar sobre ioga foi por volta de 1920 na cidade de Buenos Aires, Argentina. Um jovem chamado Jehel, que mais tarde viria ser conhecido por Sri Sevânanda Swâmi, percorreu os pampas argentinos divulgando o ioga.
A partir do fim de 1932 o ioga ganhou outros ares com a fundação do GIDEE (Grupo Independente de Estudos Esotéricos) que funcionava como uma universidade espiritual,localizado em Montevidéu Uruguai. Ali estudava ioga, martinismo, teosofia, budismo, vedanta… do Uruguai, missões de membros de GIDEE percorriam o Brasil e demais países da América Latina, fomentando o estudo espiritual. Swami Sevânanda sempre esteve à frente deste grupo norteando o curso das instruções.
A partir de 1937 Sevânanda casou-se com Sadhana e os dois com uma motocasa (ermida rodante) iniciaram o Movimento Alba Lucis, divulgando o ioga no Brasil e demais países do continente sul americano.
História do Ioga no Brasil:
No Brasil o ioga teve início em 1947 por Sêvananda Swámi, um francês de nome verdadeiro Léo Costet de Mascheville. Criador do Sarva Yoga (Yoga Integral), apresentou seus ensinamentos em um Congresso no Rio de Janeiro, assistido também pelo brasileiro Caio Miranda. Sêvananda era um líder natural que arrebatava os corações e mentes.
Com seu carisma viajou por várias cidades dando palestras e fundou um grupo de discípulos em Lajes (Santa Catarina). Em 1953, ganha um terreno de 12 hectares em Resende (Rio de Janeiro), onde, com ajuda da sua esposa, Mestra Sadhana, de seu discípulo Sarvananda (George Kriti-kós) e de Vayuãnanda (Ovidio Juan Carlos Trotta), fundou, em 1950, um centro esotérico denominado Amo-Pax, um ashram de Sarva Yoga e um Mosteiro Essênio, compartilhando o mesmo espaço. Com Sêvananda aprenderam ioga todos os instrutores da velha guarda, que lecionavam na década de 1960.
Sêvánanda enfrentou muitos obstáculos e incompreensões durante sua árdua caminhada. Enfim, esse é o preço que se paga pelo pioneirismo.
Ao considerar sua obra bem alicerçada e concluída, o Mestre Sêvánanda recolheu-se para viver em paz seus últimos anos. Todos quantos o conheceram de perto guardam-lhe uma grande admiração e afeto.
Na década de 1960 Caio Miranda escreveu o primeiro livro brasileiro sobre ioga,[1] fundou academias em diversas cidades e formou os primeiros instrutores de ioga, introduzindo o Ioga como profissão, ao contrário da direção mística e monástica de Sêvananda. Crescia o ioga no Brasil, através do carismático e controvertido Caio Miranda.
Em 1960, após passar por vários países, chega ao Brasil outro grande líder mundial, Shri Swami Vyaghrananda Pashupati Bhagwan, também conhecido como Mestre Kim (Hee Song Kim) ou Dr. Song (também era médico). Foi ele o introdutor do Raja Vidya Yoga no Brasil, assim como o Vajramushti em 1960. Pouco se fala nele, porque sendo um swami, era bastante discreto e, após sua vida pública no exterior, decidiu migrar para o Brasil, aqui estabelecer-se e terminar seus dias. Em 1980 foi fundado o Vidya Yoga Ashram, em Curitiba - PR, pelo seu discípulo Shri Swami Vyaghra Yogi, atual grão-mestre do Vidya Yoga Ashram e presidente desta ordem filosófica. O Vidya Yoga segue a tradição paramparay - transmissão de conhecimento de Mestre a discípulo.
Em 1962 é fundada, no Rio de Janeiro, a Academia Hermógenes de Yoga. Em 1964, o professor DeRose funda, aos vinte anos de idade, o Instituto Brasileiro de Yôga. Em 1965, Maria José Marinho, funcionária da Justiça Federal em Belo Horizonte, inaugura um curso de ioga numa pequena sala alugada e, em 1966, o Centro de Estudos Yoga Nārāyāṇa, é aberto em São Paulo, por Maria Helena de Bastos Freire. Assim, nas décadas de 1950 e 1960 o desenvolvimento do ioga se deu através de academias, com os ensinamentos sendo repassados por transmissão oral. Na verdade, poucos dos professores acima tiveram mestres oficialmente, mas sim caminharam com o seus estudos cada qual se identificando com determinada modalidade.
Inaugura-se, na década de 1970, uma nova fase do ioga no Brasil com a formação de inúmeras associações, como decorrência do incentivo que alguns buscadores tiveram após suas viagens à Índia em busca de conhecimentos, como forma de disseminarem os ensinamentos adquiridos. A partir daí, os cursos de formação de professores começaram a ser delineados. No fim dessa década foi criado o primeiro vínculo institucional com o exterior: a Federação Internacional de São Paulo.
Em 1972, a paulista Maria Helena de Bastos Freire funda, em nível universitário, o primeiro curso de formação de professores de ioga, com duração de três anos e meio (2.200 horas). Perdurando até os dias de hoje, já formou centenas de professores e foi o primeiro curso a esse nível em toda a América Latina.
Em 1975 DeRose funda a União Nacional de Yôga,[2] a primeira entidade a congregar instrutores e escolas de todas as modalidades. E passou a dar cursos em diversas universidades em todo o país.
Em 1978 DeRose liderou a campanha pela criação e divulgação do primeiro projeto de lei visando à regulamentação da profissão de professor de ioga. Sob sua influência, surgiram diversos cursos de extensão universitária para a formação de istrutores de ioga em em inúmeras universidades pelo país.[3]
Em 1981, Svami Sarvananda, Pierre Weil, Jean Pierre Bas-tiou, Maria Luísa S. Keddy, Caio Miranda e o casal Neyda e Octávio Melchyades Ulysséa fundaram o primeiro curso regular de formação em ioga, no ano de 1981, na atual Faculdades Integradas Espírita, na época chamada de Faculdade de Ciências Bio-Psíquicas do Paraná. Inaugura-se, nas décadas de 1980 e 1990, o surgimento de federações e associações por todo o país, com cursos de formação e abertura de academias. O objetivo era estabelecer um grupo forte de associações, federações, uma confederação e, finalmente, um conselho superior de ioga.
Em 1980, DeRose começou a ministrar cursos na própria Índia e a lecionar para instrutores de ioga e em Portugal. Em 1982 realizou o Primeiro Congresso Brasileiro de Ioga. Ainda em 82 lançou o primeiro livro voltado especialmente para a orientação de instrutores, o Guia do Instrutor de ioga; e a primeira tradução do Yôga Sútra de Pátañjali – a mais importante obra do Ioga Clássico – feita por professor de ioga brasileiro.
Em 1994, completando vinte anos de viagens à Índia, fundou a primeira universidade de ioga do Brasil e a Universidade Internacional de Yôga em Portugal e na Argentina. Em 1997 o Mestre DeRose lançou os alicerces do Conselho Federal de Ioga e do Sindicato Nacional de Ioga.
Hoje, há no Brasil, mais de 30 linhas diferentes, diversos cursos de formação. Estima-se também mais de 5 milhões de praticantes entre as diversas modalidades.
Referências:
↑ Livro: Hatha Yoga - A Ciência da Saúde Perfeita, Miranda, Caio
↑ www.uni-yoga.org
↑ Livro: A regulamentação dos profissionais de Yôga, DeRose
No Brasil existem diversas linhas de ioga, incluindo todas as citadas acima, cada uma com suas conceituações filosóficas e práticas.
Referências:
↑ Para o uso da palavra na literatura páli, veja Thomas William Rhys Davids, William Stede, Pali-English dictionary. Motilal Banarsidass Publ., 1993, page 558: [1]
↑ Lardner Carmody, Denise e Carmody, John. Serene Compassion. Oxford University Press US, 1996, page 68.
↑ Sarbacker, Stuart Ray. Samadhi: The Numinous and Cessative in Indo-Tibetan Yoga. SUNY Press, 2005, pages 1-2.
↑ "O ioga tem cinco significados principais: 1) ioga como método disciplinar para atingir uma meta; 2) ioga como técnica para controlar o corpo e a mente; 3) ioga como nome de uma das escolas ou sistemas de filosofia (darśana); 4) ioga aliada a outros termos, como hatha-, mantra-, and laya-, referindo-se às tradições especializadas em técnicas específicas do ioga; 5) ioga como meta da prática de ioga." Jacobsen, p. 4.
↑ Monier-Williams inclui "é o segundo dos dois sistemas Sāṃkhya," e "abstração mental praticada como um sistema (tal como foi ensinado por Patañjali, e chamado de filosofia ioga)" em suas definições de "ioga".
↑ Pandit Usharbudh Arya (1985). The philosophy of hatha yoga. Himalayan Institute Press; 2nd ed.
↑ Sri Swami Rama (2008) The royal path: Practical lessons on yoga. Himalayan Institute Press; New Ed edition.
↑ Swami Prabhavananda (tradutor), Christopher Isherwood (tradutor), Patanjali (autor). (1996). Vedanta Press; How to know god: The yoga aphorisms of Patanjali. New Ed edition.
↑ Jacobsen, p. 4.
↑ Para uma lista de 38 significados da palavra "yoga", veja: Apte, p. 788.
↑ Flood (1996), p. 94.
↑ Para os significados de "juntando" e "unindo", "união" e "junção", veja Apte, p. 788.
↑ Para "modo, maneira, meio", veja : Apte, p. 788, definição 5.
↑ For "expedient, means in general", see: Apte, p. 788, definition 13.
Qualquer que seja a maneira na qual o hindu defina a meta de sua vida, existem diversos métodos (yogas) que os sábios ensinaram para se atingir aquela meta. Textos dedicados ao ioga incluem o Bagavadguitá (Bhagavad Gita), os Yoga Sutras, o Hatha Yoga Pradipika, a Gheranda Samhita, entre outros, e, como sua base filosófico-histórica, os Upanixades. Os caminhos que um indivíduo pode seguir para atingir a meta espiritual da vida (moksha, samadhi ou nirvana) incluem:
Bacti-ioga (Bhakti Yoga, o caminho do amor e da devoção)
Carma-ioga (Karma Yoga, o caminho da ação correta)
Raja-ioga (Rāja Yoga, o caminho da meditação)
Jnana-ioga (Jñāna Yoga, o caminho da sabedoria)[61]
Um indivíduo pode preferir um ou alguns iogas sobre os outros, de acordo com a sua inclinação e entendimento. Algumas escolas devocionais ensinam que o bhakti é, para a maior parte das pessoas, a único caminho prático para se alcançar a perfeição espiritual, com base em sua crença de que o mundo atualmente estaria no Kali Yuga (uma das quatro épocas que formam o ciclo Yuga).[62] A prática de uma ioga não exclui as outras, e muitos estudiosos acreditam que as diferentes iogas se misturam naturalmente e auxiliam na prática das outras iogas. Por exemplo, acredita-se que a prática da jnana-ioga inevitavelmente leve ao amor puro (a meta do bacti-ioga), e vice-versa.[63] Alguém que pratica a meditação profunda (como no raja-ioga) deve incorporar os princípios centrais do carma-ioga, do jnana-ioga e do bacti-ioga, seja direta ou indiretamente.[61][64]
Práticas:
A cerimônia visarjan do Senhor Ganexa, durante o festival Chaturthi.
As práticas hinduístas geralmente envolvem a procura da consciência de Deus, e por vezes também a procura de bençãos dos devas. Assim, o hinduísmo desenvolveu muitas destas práticas como forma de ajudar o indivíduo a pensar na divindade em meio à vida cotidiana. Os hindus podem praticar a pūjā (culto ou veneração)[43] tanto em casa como num templo. Em seus próprios lares os hindus frequentemente costumam criar um altar, com ícones dedicados às suas formas escolhidas de Deus. Os templos costumam ser dedicados a uma divindade primária e às divindades subordinadas que lhe são associadas, embora alguns templos sejam dedicados a mais de uma divindade. A visita a templos não é obrigatória,[65] e muitos os visitam apenas durante os festivais religiosos. Os hindus realizam seu culto através dos murtis, ícones; o ícone serve como uma ligação tangível entre o fiel e Deus.[66] A imagem costuma ser considerada uma manifestação de Deus, já que Ele é imanente. O Padma Purana afirma que o mūrti não deve ser visto como apenas pedra ou madeira, mas sim como uma forma manifesta da Divindade.[67] Algumas seitas hindus, como o Ārya Samāj, não acreditam em venerar Deus através de ícones.
O hinduísmo possui um sistema desenvolvido de simbolismo e iconografia para representar o sagrado na arte, arquitetura, literatura e em seu culto. Estes símbolos ganham seu significado das escrituras, mitologia ou tradições culturais. A sílaba Om (que representa o Parabrahman) e o sinal da suástica (que simboliza auspiciosidade) acabaram passando a representar o próprio hinduísmo, enquanto outros símbolos, como a tilaka, identificam um seguidor da fé. O hinduísmo ainda apresenta diversos símbolos que são costumeiramente associados a divindades específicas, como o lótus, chakra e veena.
Os mantras são invocações, louvores e orações que, através de seu significado, som e estilo de canto, ajudam um devoto a focar a sua mente nos pensamentos sagrados ou exprimir devoção a Deus ou às divindades. Muitos devotos realizam abluções matinais às margens de um rio sagrado, enquanto cantam o Gayatri Mantra ou os mantras Mahamrityunjaya. O poema épico Maabárata exalta o japa (canto ritualístico) como o maior dever durante o Kali Yuga (que os hindus acreditam ser a era presente), e muitos adotam o japa como sua prática espiritual primordial.
Rituais:
Tradicionais diyas e outros itens usados em orações durante uma cerimônia de casamento hindu.
A imensa maioria dos hindus praticam rituais religiosos diariamente,[68] porém a observância destes rituais varia enormemente de acordo com as regiões, cidades ou aldeias e indivíduos. A maior parte dos hindus segue estes rituais religiosos em seus lares.[69] Os hindus mais devotos também executam tarefas diárias, como venerar durante a alvorada, depois de se banhar (normalmente num santuário familiar, num ritual que também envolve o acendimento de uma lâmpada e a colocação de oferendas de alimentos diante de imagens das divindades), recitar os escritos religiosos, cantar hinos devocionais, meditar, cantar mantras, entre outros.[69] Um fator de destaque nos rituais religiosos é a divisão entre o puro e o impuro (ou poluído). Atos religiosos pressupõem algum grau de impureza ou poluição para o seu praticamente, que devem ser anulados ou neutralizados antes ou durante o decorrer do ritual. A purificação, feita geralmente com água, é portanto um aspecto típico da maior parte dos atos religiosos do hinduísmo.[69] Outras características incluem a crença na eficácia do sacrífício e do conceito de mérito, ganho através da realização da caridade ou de bons atos, que acumulam com o tempo e reduzem o sofrimento no próximo mundo.[69] Os ritos védicos da oblação pelo fogo (yajna) são atualmente apenas práticas ocasionais, embora sejam altamente reverenciadas na teoria. Nas cerimônias de casamentos e funerais hindus, no entanto, o yajña e o entoamento de mantras védicos ainda são a norma.[70] Os rituais, upacharas, mudam com o tempo; por exemplo, nas últimas centenas de anos alguns rituais, como as danças sagradas e as oferendas musicais nos tradicionais conjuntos de Upacharas Sodasa, recomendados pelo Agama Shastra, foram substituídos por oferendas de arroz e doces.
Ocasiões como nascimentos, casamentos e mortes envolvem o que são frequentemente conjuntos elaborados de costumes religiosos. No hinduísmo, os rituais que tratam do ciclo da vida incluem o Annaprashan (a primeira ingestão de comida sólida por um bebê), Upanayanam ("cerimônia do fio sagrado" pela qual passam as crianças de castas elevadas em sua iniciação na educação formal) e Shraadh (ritual de conceder banquetes em nome dos falecidos).[71][72] Para a maior parte das pessoas na Índia, o noivado de um jovem casal e a data e hora exatas do casamento são questões decididas pelos pais, em consultas com astrólogos.[71] Na morte, a cremação, que é considerada obrigatória para todos, com a exceção de sanyasis, hijra e crianças abaixo de cinco anos,costuma ser executada envolvendo-se o corpo em algum tecido e queimando-o sobre uma pira.
Peregrinação e festivais:
A peregrinação não é obrigatória no hinduísmo, embora muitos de seus seguidores as realizem. Os hindus reconhecem diversas cidades sagradas na Índia, incluindo Allahabad, Haridwar, Varanasi e Vrindavan. Entre as cidades que possuem templos famosos está Puri, que abriga um dos principais templos vixnuísta de Jagannath e a comemoração de Rath Yatra; Tirumala - Tirupati, lar do Templo Tirumala Venkateswara; e Katra, onde se localiza o templo de Vaishno Devi. Os quatro locais sagrados de Puri, Rameswaram, Dwarka e Badrinath (ou, alternativamente, as cidades de Badrinath, Kedarnath, Gangotri e Yamunotri, no Himalaia) compõem o circuito de peregrinação de Char Dham (quatro moradas). O Kumbh Mela (o "festival das jarras") é uma das peregrinações hindus mais sagradas, realizada a cada quatro anos; a localização é alternada entre Allahabad, Haridwar, Nashik e Ujjain. Outro importante grupo de peregrinações são os Shakti Peethas, onde a Deusa Mãe é cultuada, da qual as duas principais são Kalighat e Kamakhya.
O hinduísmo apresenta diversos festivais ao longo do ano. O calendário hindu costuma prescrever estas datas. Estes festivais tipicamente celebram eventos da mitologia hindu, e coincidem muitas vezes com as mudanças de estação. Existem festivais que são celebrados principalmente por seitas específicas ou em certas regiões do Subcontinente Indiano. Alguns dos festivais mais importantes são o Maha Shivaratri, Holi, Ram Navami, Krishna Janmastami, Ganesh Chaturthi, Dussera e Durga Puja, além do Diwali.
Escrituras:
Shruti (do Sânscrito "aquilo que é ouvido") é um cânon de escrituras hindus. Não data a um período particular, mas atravessa a história inteira do Hinduísmo, começando com os textos mais antigos conhecidos, com alguns Upanishads mais recentes chegando até os tempos modernos.
Shruti é dito de não ter autor; ao invés, acredita-se que tem gravações divinas dos "sons cósmicos da verdade", ouvidos por rishis.
Existem vários modos, que competem entre si, de definir Shruti. É mais comumente definido como sendo composto pelos quatro Vedas:
Rig-Veda Sabedoria dos Hinos de Louvação
Atharva-Veda Sabedoria das Fórmulas Mágicas
Sama-Veda Sabedoria das Melodias
Yajur-Veda Sabedoria das Fórmulas Sacrificiais
Algumas sub-divisões dentro das escrituras, como os Aranyakas, Brahmanas, e Upanishads, pertencem ao conjunto de trabalhos distintamente chamados de Shruti. Em adição, o Mahabharata (um Itihasa, ou "História", "Épico", também parte da classe das "escrituras amigáveis") é considerado Shruti por alguns e é, algumas vezes, chamado de 'quinto' Veda. Às vezes, o Bhagavad Gita, um capítulo do Mahabharata, é separadamente considerado digno da "posição" de Shruti.
Significado Filosófico:
As principais escolas filosóficas hindus, e em especial a escola advaita na linha de Shankara consideram os shruti como as fontes de formas e idéias primordiais, onipresentes e que dispensam interpretação.
Um conceito fundamental como sentimento de amor (sânscrito, kama) dispensa qualquer tipo de inferência, por ser um conceito fundamental e é descrito como tal nos shrutis.
Em contrapartida, a literatura denominada smirti são inferências feitas a partir de idéias e formas primordiais, que adjetivam os shrutis, podendo ser até mesmo contraditórias, mas que continuam verdadeiras caso não neguem o shruti.
Por exemplo, pode-se adjetivar o amor como materno, filial, mundano, espiritual, temporário, que são inferências feitas sobre o aforismo amor, que são válidas enquanto não o neguem ou anulem.
Já inferências como amor esférico, azul, gordo, nitrogenado, adjetivam o amor de forma ilógica que podem anular o sentido da idéia, sendo portanto inferências não válidas.
Toda a literatura sagrada hindu é bastante esotérica, requerendo estudos e qualificação para a interpretação. No hinduísmo parte-se da premissa que o conhecimento espiritual é um segredo e um mistério, que jamais pode ser proselitizado.
Não existe a escritura “revelada” como compreendida nas crenças ocidentais, mas textos inertes por expressar apenas conceitos e formas universais, os shrutis e textos dinâmicos que são adjetivações constantes dos shrutis, os smirtis.
Smriti (Sânscrito स्मॄति, "aquele que é lembrado") refere-se a um corpo específico das escrituras religiosas hindus. Smriti também denota textos não-Shruti geralmente, vistos como secundários em autoridade ao Shruti.
Categorização:
Classificar o Smriti tem sido um assunto contencioso, e até os nomes de categorias propostos são debatidos. Segue uma tas taxonomias:
Dharmasastra ou as leis. É representado por 18 livros. Cada livro corresponde a um período do tempo.
Itihasa ou as histórias. Este é representado por 4 livros. Inclui os Mahakavyas, ou os épicos Mahabharata e Ramayana.
Purana ou as escrituras. Este é representado por 18 livros. São escrituras secundárias que dão foco principalmente no Vishnu ou Shiva como a Deidade suprema preferida.
Sutras ou provérbios. Este é representado por 6 categorias de documentos: Shiksha, Vyakarana, Chandas, Nirukta, Jyotisha, e Kalpa.
Agama ou as doutrinas. Existem três divisões principais por doutrina: Vaisnava, Saiva, e Sakta. Outro modo de agrupá-los é por Mantra, Tantra, e Yantra.
Darsana (Dyasana) ou filosofias. Este é representado por 6 escolas de pensamentos: Nyaya, Vaisheshika, Sankhya, Yoga, Purva Mimamsa, e Uttara Mimamsa (Vedanta).
O hinduísmo se baseia no "tesouro acumulado de leis espirituais descobertas por diferentes pessoas em diferentes tempos."[73][74] As escrituras foram transmitidas oralmente, na forma de versos - para auxiliar na sua memorização, muitos séculos antes de serem escritos.[75] Ao longo dos séculos diversos sábios refinaram estes ensinamentos e expandiram o cânone. Na crença hindu pós-védica e moderna a maior parte das escrituras não costumam ser interpretadas literalmente; dá-se mais importância aos significados éticos e metafóricos derivados deles.[76] A maior parte dos textos sagrados está em sânscrito, e os textos se dividem em duas classes: Shruti e Smriti.
Shruti:
Shruti (lit: "aquilo que é ouvido")[77] refere-se primordialmente aos Vedas, que compõem o mais antigo registro das escrituras hindus. Enquanto muitos hindus veneram os Vedas como verdades eternas reveladas aos antigos sábios (Ṛṣis),[74] alguns devotos não associam a criação deles com qualquer divindade ou pessoa, acreditando serem leis do mundo espiritual, que existiriam mesmo se não tivessem sido reveladas aos sábios.[73][78][79] Os hindus acreditam que, como as verdades espirituais dos Vedas são eternas, eles estão sendo expressos continuamente, de diferentes maneiras.[80]
Existem quatro Vedas (chamados Ṛg-, Sāma-, Yajus- e Atharva-). O Rig Veda é o primeiro e mais importante dos Vedas.[81] Cada Veda se divide em quatro partes: a primeira, o Veda propriamente dito, é o Saṃhitā, que contém mantras sagrados. As outras três partes formam um conjunto em três camadas de comentários, costumeiramente em prosa, tidos como feitos numa data um pouco posterior ao Saṃhitā. São os Brâmanas (Brāhmaṇas), Āraṇyakas e os Upanixades. As primeiras duas partes foram chamadas posteriormente de Karmakāṇḍa (parte ritualística), enquanto as últimas duas formam a Jñānakāṇḍa (parte do conhecimento).[82] Embora os Vedas tenham como foco os rituais, os Upanixades se concentram numa abordagem espiritual e em ensinamentos filosóficos, discutindo Brâman e a reencarnação.[76][83][84]
Smritis:
O Naradeya Purana descreve a mecânica do universo; neste retrato vê-se Vishnu, com sua consorte, Lakshmi, descansando em Shesha Nag. Narada e Brama também aparecem.
Textos hindus além dos shrutis são chamados coletivamente de smritis ("memória"). Os mais célebres dentre os smritis são os poemas épicos, que consistem do Maabárata (Mahābhārata) e do Ramáiana (Rāmāyaṇa). O Bagavadguitá (Bhagavad Gītā), parte integral do Maabárata, e um dos mais populares textos sacros do hinduísmo, contém ensinamentos filosóficos de Krishna, uma encarnação de Vishnu, narradas ao príncipe Arjuna às vésperas de uma grande guerra. O Bhagavad Gītā, narrado por Krishna, é descrito como a essência dos Vedas.[85] O Gītā, no entanto, por vezes também chamado de Gitopanishad ("Guitopanixade"), costuma ser categorizado com maior frequência entre os shrutis, por ter um conteúdo de natureza upanixádica.[86] Os smritis também incluem os Puranas (Purāṇas), que ilustram ideias hindus através de narrativas vívidas. Também existem textos de natureza sectária, como o Devi Mahatmya (Devī Mahātmya), os Tantras, os Yoga Sutras, Tirumantiram, Shiva Sutras e Agamas (Āgamas). Um texto mais controverso, o Manusmriti, é o livro de leis que epitomiza os códigos sociais do sistema de castas.
História:
A mais antiga evidência de uma religião pré-histórica na Índia data do fim do Neolítico, no período harapano inicial (5500-2600 a.C.).[76][87] As crenças e práticas do período pré-clássico (1500-500 a.C.) são chamadas coletivamente de "religião histórica védica". O hinduísmo moderno cresceu a partir dos Vedas, dos quais o mais antigo é o Rig Veda, que data de 1700-1100 a.C..[88] Os Vedas centralizam o culto em divindades como Indra, Varuna e Agni, e no ritual do soma. Sacrifícios de fogo eram realizados, chamados de yagna (yajña), e entoavam mantras védicos, porém não construíam templos nem ícones.[carece de fontes] As tradições védicas mais antigas mostram fortes semelhanças com o zoroastrianismo e outras religiões indo-europeias.[89]
Os principais épicos em sânscrito, o Ramáiana e o Maabárata, foram compilados durante um período extenso que abrangeu os últimos séculos antes de Cristo, e os primeiros da Era Comum, e contêm histórias mitológicas sobre os governantes e as guerras da antiga Índia, intercaladas com tratados religiosos e filosóficos. Os Puranas posteriores recontam histórias sobre os devas e devis, suas interações com os humanos e suas batalhas contra demônios (rakshasas).
Origens históricas e aspectos sociais:
Pouco é conhecido sobre a origem do hinduísmo, já que sua existência antecede os registros históricos. É dito que o Hinduísmo deriva das crenças dos arianos, que residiam nos continentes sub-indianos, ('nobres' seguidores dos Vedas), dravidianos, e harapanos. Alguns dizem que o hinduísmo nasceu com o budismo e o jainismo, mas Heinrich Zimmer e outros indólogos afirmam que o jainismo é muito anterior ao hinduísmo, e que o budismo deriva deste e do Sankhya que em conseqüência afetaram o desenvolvimento de sua religião mãe. Diversas são as idéias sobre as origens dos Vedas e a compreensão se os arianos eram ou não nativos ou estrangeiros na Índia. A existência do Hinduísmo data de 4000 a 6000 mil anos a.C..
Historicamente, a palavra hindu antecende o hinduísmo como religião; o termo é de origem persa e primeiramente referia-se ao povo que residia no outro lado (do ponto de vista persa) do Sindhu ou rio Indo. Foi utilizado para expressar não somente a etnicidade mas a religião védica desde o século XV e XVI, por personalidades como Guru Nanak (fundador do sikhismo). Durante o Império Britânico, a utilização do termo tornou-se comum, e eventualmente, a religião dos hindus védicos foi denominada "hinduísmo". Na verdade, foi meramente uma nova vestimenta para uma cultura que vinha prosperando desde a mais remota Antiguidade.
[editar]Distribuição geográfica atual
A Índia, a ilhas Maurício, e o Nepal assim como a ilha indonésia de Bali têm como religião predominante o hinduísmo; importantes minorias hindus existem em Bangladesh (11 milhões), Myanmar (7,1 milhões), Sri Lanka (2.5 milhões), Estados Unidos (2,5 milhões), Paquistão (4,3 milhões), África do Sul (1,2 milhões), Reino Unido (1,5 milhão), Malásia (1,1 milhão), Canadá (1 milhão), Ilhas Fiji (500 mil), Trinidad e Tobago (500 mil), Guiana (400 mil), Holanda (400 mil), Cingapura (300 mil) e Suriname (200 mil).
Filosofia hindu: as seis escolas védicas de pensamento
As seis escolas filosóficas ortodoxas hindu (Astika, que aceitam a autoridade dos Vedas) são Nyaya, Vaisheshika, Sankhya, Yoga, Purva Mimamsa - também denominadas Mimamsa -, Uttara Mimamsa e Vedanta. As escolas não-védicas são denominadas Nastika, ou heterodoxas, e referem-se ao budismo, jainismo e Lokayata. As escolas que continuam a influênciar o hinduísmo hoje são Purva Mimamsa, Yoga, e Vedanta.
Purva Mimamsa:
O principal objetivo do Purva ("cedo") ou da escola Mimamsa era estabelecer a autoridade dos Vedas. Consequentemente a valiosa contribuição desta escola ao Hinduísmo foi a formulação das regras da interpretação Védica. Seus aderentes acreditavam que a revelação deveria ser provada através da razão, e não aceita como um dogma cego. Este método empírico e eminentemente sensível de aplicação religiosa é a chave para Sanatana Dharma e foi especialmente desenvolvido por racionalistas como Sankaracharya e Swami Vivekananda. Para aprofundar-se mais neste tema veja Purva Mimamsa.
Yoga:
O sistema da Yoga (ioga, em português) é geralmente considerado como tendo surgido a partir da filosofia Sankhya. Entretanto a yoga referida aqui, é especialmente a Raja Yoga (ou união através da meditação). E é baseada em um texto (que exerceu grande influéncia) de Patandjali intitulado Yoga Sutras, e é essencialmente uma compilação e sistematização da filosofia da Yoga meditacional. Os Upanixades e o Bagavadguitá também são textos indispensáveis ao estudo da ioga.
A filosofia Sankhya é anterior ao bramanismo, filosofia que deu origem ao hinduísmo, como coloca o indólogo Heinrich Zimmer em seu clássico Filosofias da Índia. Patandjali, monge do sul da Índia, onde até hoje a tradição tamil preserva elementos das filosofias pré-védicas, tinha formação no sistema Sankhya-yoga, indissociável. O Sankhya foi compilado bem antes de Patandjali (que viveu no século II a.C., por Kapila, que viveu pouco tempo antes de Buda. Uma diferença importante entre o Sankhya e o bramanismo é que o primeiro é dualista, e o segundo monista, mas ambos vêem o espírito, ou Deus, como imanente e transcendente ao mesmo tempo.
A diferença mais significante do Sankhya é que a escola de yoga não somente incorpora o conceito do Ishvara (ou "Deus pessoal") numa visão do mundo metafísica mas também sustenta Ishvara como um ideal sobre o qual meditar. A razão é que Ishvara é o único aspecto de purusha (do infinito Terreno Divino) que não foi mesclado com prakrti (forças criativas temporárias). Também utiliza as terminologias Brahman/Atman e conceitos profundos dos Upanixades, adotando uma visão vedântica monista. A realização do objetivo da ioga é conhecido como moksha ou samadhi. E como nos Upanixades, busca, o despertar ou a compreensão de Atman como sendo nada mais que o infinito brâmane, através da (mente) ética, (corpo) físico meditação (alma) o único alvo de suas práticas é a "verdade suprema".
Uttara Mimamsa: As Três Escolas de Vedanta:
A Escola Uttara ("tarde") Mimamsa é talvez a pedra angular dos movimentos do hinduísmo, e certamente foi responsável por uma nova onda de investigação filosófica e meditativa, renovação da fé, e reformas culturais. Primeiramente associada com os Upanixades e seus comentários por Badarayana, e Vedanta Sutra, o pensamento vedanta dividiu-se em três grupos, iniciados pelo pensamento e escrita de Sankaracharya. A maioria da atual filosofia hindu, está relacionada a mudanças que foram influenciadas pelo pensamento vedanta, o qual é focalizado na meditação, moralidade e centralização no Eu uno ao invés de rituais ou distinções sociais como as castas.
Puro monismo: Advaita Vedanta:
Advaita literalmente significa "não dois"; isto é o que referimos como monoteístico, ou sistema não-dualístico, que enfatiza a unidade. Seu consolidador foi Shankaracharya (788-820). Shankara expos suas teorias baseadas amplamente nos ensinamentos dos Upanixades e de seu guru Gaudapada. Através da analise da consciência experimental, ele expos a natureza relativa do mundo e estabeleceu a realidade não dual ou Brahman no qual Atman (a alma individual) ou Brahman (a realidade última) são absolutamente identificadas. Não é meramente uma filosofia, mas um sistema consciente de éticas aplicadas e meditação, direcionadas a obténção da paz e compreensão da verdade. Sankaracharya acusou as castas e rituais como tolos, e em sua própria maneira carismática, suplicou aos verdadeiros devotos a meditarem no amor de Deus e alcançarem a verdade.
Monismo qualificado: Vishistadvaita Vedanta:
Ramanuja (1040 - 1137) foi o principal proponente do conceito de Sriman Narayana como Brahman o supremo. Ele ensinou que a realidade última possui três aspectos: Ishvara (Vixnu), cit ("alma") e acit ("matéria"). Vixnu é a única realidade independente, enquanto alma e material são dependentes de Deus para sua existência. Devido a esta qualificação da realidade últimA, o sistema de Ramanuja é conhecido como não dualístico.
Dualismo: Dvaita Vedanta:
Madhva (1199 - 1278) identificou deus com Vishnu, mas a sua visão da realidade era puramente dualista, pois ele compreendeu uma diferenciação fundamental entre o Deus supremo e a alma individual, e o sistema consequentemente foi denominado Dvaita (dualístico) Vedanta.
Culturas Alternativas de Adoração:
As Escolas Bhakti:
A Escola Devocional Bhakti tem seu nome derivado do termo hindu que evoca a idéia de "amor prazeroso, abnegado e estupefante de Deus como Pai, Mãe, Filho Amados", ou qualquer outra forma de relacionamento que encontre apelo no coração do devoto. A filosofia de Bhakti procura usufruto pleno da divindade universal através da forma pessoal, o que explica a proliferação de tantas divindades na Índia, freqüentemente refletindo as inclinações particulares de pequenas áreas ou grupos de pessoas. Vista como uma forma de Yoga ou união, ele preconiza a necessidade de se dissolver o ego em Deus, na medida em que a consciência do corpo e a mente limitada, como individualidade, seriam fatores contrários à realização espiritual. Essencialmente, é Deus que promove toda mudança, que é a fonte de todos os trabalhos, que a idade através do amor e da luz. 'Sins' e mal - fazendo da devoto são mencionado cair embora da sua próprio acorde , o entusiasta enrugar limitedness já transcendido , através do amor de Deus. Os movimentos Bhakti rejuvenesceram o Hinduísmo ao longo da sua intensa expressão de fé e receptividade às necessidades emocionais e filosóficas da Índia. Pode-se dizer corretamente que influenciaram a maior onda de mudança em orações e rituais hindus desde tempos remotos.
A mais popular forma de expressão de amor a Deus na tradição hindu é através do puja, ou ritual de devoção, frequentemente utilizando o auxílio de murti (estátua) juntamente com canções ou recitação de orações meditacionais em forma de mantras. Canções devocionais denominadas bhajan (escritas primeiramente nos séculos XIV-XVII), kirtan (elogio), e arti (uma forma filtrada do ritual de fogo Védico) são algumas vezes cantados juntamente com a realização do puja. Este sistema orgânico de devoção tenta auxiliar o indivíduo a conectar-se com Deus através de meios simbolicos. Entretanto, é dito que bhakta, através de uma crescente conexão com Deus, é eventualmente capaz de evitar todas as formas externas e é inteiramente imerso na bênção do indiferenciado amor a Verdade.
Tantrismo:
A palavra tantra significa "tratado" ou "série continua", e é aplicada a uma variedade de trabalhos místicos, ocultos, médicos e científicos bem como aqueles que agora nos consideramos como "tântricos". A maioria dos tantras foram escritos no final da Idade Média e surgiram da cosmologia hindu.
Temas e simbolismos importantes no hinduismo:
Ahimsa e as vacas:
É vital uma nota sobre o elemento ahimsa no hinduísmo para compreender a sociedade que se formou à volta de alguns dos seus princípios. Enquanto o jainismo, à medida que era praticado, era certamente uma grande influência sobre a sociedade indiana - que dizer da sua exortação do veganismo e da não-violência como ahimsa - o termo primeiro apareceu nos Upanixades. Assim, uma influência internamente enraizada e externamente motivada levou ao desenvolvimento de uma grande quantidade de hindus que acabaram por abraçar o vegetarianismo numa tentativa de respeitar formas superiores de vida, restringindo a sua dieta a plantas e vegetais. Cerca de 30% da população hindu actual, especialmente em comunidades ortodoxas no sul da Índia, em alguns estados do norte como o Guzerate e em vários enclaves brâmanes à volta do subcontinente, é vegetariana. Portanto, enquanto o vegetarianismo não é um dogma, é recomendado como sendo um estilo de vida sátvico (purificador).
Os hindus abstêm-se predominantemente de carne, e alguns até vão tão longe quanto evitar produtos de pele. Isto acontece provavelmente porque o largamente pastoral povo Védico e as subsequentes gerações de hindus ao longo dos séculos dependiam tanto da vaca para todo o tipo de produtos lácteos, aragem dos campos e combustível para fertilizante, que o seu estatuto de "cuidadora" espontânea da humanidade cresceu ao ponto de ser identificada como uma figura quase maternal. Assim, enquanto a maioria dos hindus não adora a vaca, e as instruções escriturais contra o consumo de carne surgiram muito depois dos Vedas terem sido escritos, esta ainda ocupa um lugar de honra na sociedade hindu. Diz-se que Krishna é tanto Govinda (pastor de vacas) como Gopala (protector de vacas), e que o assistente de Xiva é Nandi, o touro. Com a força no vegetarianismo (que é habitualmente seguido em dias religiosos ou ocasiões especiais até por hindus comedores de carne) e a natureza sagrada da vaca, não admira que a maior parte das cidades santas e áreas na Índia tenham uma proibição sobre a venda de produtos de carne e haja um movimento entre os Hindus para banir a matança de vacas não só em regiões específicas como em toda a Índia.
Formas de Adoração: murtis e mantras:
Contrário a crença popular, o hinduísmo prático não é politeístico nem estritamente monoteístico. A variedade de deuses e avatares que são adorados pelos hindus são compreendidos como diferentes formas da Verdade Única, algumas vezes vistos como mais do que um mero Deus e um último terreno Divino (Brahman), relacionado mas não limitado ao monismo, ou um princípio monoteístico como Vixnu ou Xiva.
Acreditando na origem única como sem forma (nirguna brahman, sem atributos) ou como um Deus pessoal (saguna Brahman, com atributos), os Hindus compreendem que a verdade única pode ser vista de forma variada por pessoas diferentes. O Hinduísmo encoraja seus devotos a descreverem e desenvolverem um relacionamento pessoal com sua deidade pessoal escolhida (ishta devata) na forma de Deus ou Deusa.
Enquanto alguns censos sustentam que os adoradores de uma forma ou outra de Vishnu (conhecido como Vaishnavs) são 80% dos Hindus e aqueles de Shiva (chamados Shaivaites) e Shakti compõem o restante dos 20%, tais estatísticas provavelmente são enganadoras. A maioria dos Hindus adoram muitos deuses como expressões variadas do mesmo prisma da Verdade. Entre os mais populares estão Vishnu (como Krishna ou Rama), Shiva, Devi (a Mãe de muitas deidades femininas, como Lakshmi, Sarasvati, Kali e Durga), Ganesha, Skanda e Hanuman.
A adoração das deidades é geralmente expressa através de fotografias ou imagens (murti) que são ditas não serem o próprio Deus mas condutos para a consciência dos devotos, marcas para a alma humana que significam a inefável e ilimitada natureza do amor e grandiosidade de Deus. Eles são símbolos do príncipio maior, representado mas nunca presumido ser o conceito da própria entidade. Conseqüentemente, a maneira hindu de adoração de imagens as toma apenas como símbolos da divindade, opostos à idolatria, geralmente imposta (erroneamente) aos hindus.
Mantra:
Recitação e mantras originaram-se no hinduismo e são técnicas fundamentais praticadas até os dias de hoje. Muito da chamada Mantra Yoga, é realizada através de japa ("repetições"). Dizem que os mantras, através de seus significados, sons e recitação melódica, auxíliam o sadhaka (aquele que prática) na obtenção de concentração durante a meditação. Eles também são utilizados como uma expressão de amor a deidade, uma outra faceta da Bhakti Yoga necessária para a compreensão de murti. Frequentemente eles oferecem coragem em momentos dificeis e são utilizados para a obtenção de auxílio ou para 'invocar' a força espiritual interior. As ultimas palavras de Mahatma Gandhi enquanto morria foi um mantra ao Senhor Rama: "Hey Ram!"
O mais representativo de todos os mantras Hindu é o famoso Gayatri Mantra:
ॐ भूर्भुवस्व: | तत् सवितूर्वरेण्यम् | भर्गो देवस्य धीमहि | धियो यो न: प्रचोदयात्
Aum bhūrbhuvasvah | tat savitūrvareṇyam | bhargo devasya dhīmahi | dhiyo yo naha pracodayāt
Significa, literalmente: "Om! Terra, Universo, Galáxias (invocação aos três mundos). Que nós alcancemos a excelente glória de Savitr, o Deus. Que ele estimule os nossos pensamentos/meditações."
O mantra Gayatri é considerado o mais universal de todos os mantras hindus, e invoca o Brâman universal como um princípio de conhecimento e iluminação do sol primordial, mas somente em seu aspecto feminino. Muitos hindus até os dias de hoje, seguindo uma tradição que permanece viva por pelo menos 5.000 anos, realizam abluções matinais às margens do rio sagrado (especialmente do rio Ganges. Conhecido como um mantra sagrado, é reverenciado como sendo a forma mais condensada do "Conhecimento Divino" (Veda). E governado pelo principio, Ma ("Mãe") Gayatri, também conhecido como Veda Mata ("mãe dos Vedas") e intimamente associado à deusa do aprendizado e iluminação, Sarasvati.
O maior objetivo da religião védica é alcançar moksha, ou liberação, através da constante dedicação a Satya (Verdade) e uma eventual realização de Atman (Alma Universal). Não importa se atingido através de meditação ou puro amor, este objetivo universal é alcançado por todos. Deve ser observado que o Hinduísmo é uma fé prática, e é incorporado em cada aspecto da vida. Acredita igualmente no temporal e no infinito, e somente encoraja perspectivas destes principios. Os grandes rishis (sábios, considerados espécies de santos hindus) e também denominados como samsárico (aquele que vive no samsara, i.e. plano temporal ou terrestre) aquele que segue um meio de vida honesto e amável (dhármico) é um jivanmukta (alma vivente liberta). As verdades fundamentais do hinduísmo são melhores compreendidas na frase dos Upanixades, Tat Twam Asi (Assim És Tu), e na última aspiração como segue:
Aum Asato ma sad gamaya, tamaso ma jyotir gamaya, mrityor ma aamritaam gamaya
"Aum Conduza-me da ignorância para a verdade, das trevas para a luz, da morte para a imortalidade."
Vedas:
Os Vedas são os textos mais antigos do hinduísmo, e também influenciaram o budismo, o jainismo e o sikhismo. Os Vedas contêm hinos, encantamentos e rituais da Índia antiga. Juntamente com o Livro dos Mortos, com o Enuma Elish, I Ching e o Avesta, eles estão entre os mais antigos textos religiosos existentes. Além de seu valor espiritual, eles também oferecem uma visão única da vida cotidiana na Índia antiga. Enquanto a maioria dos hindus provavelmente nunca leram os Vedas, a reverência por mais uma noção abstrata de conhecimento (Veda significa "conhecimento" em sânscrito) está profundamente impregnada no coração daqueles que seguem o Veda Dharma.
Existem quatro Vedas:
Rig Veda
Sama Veda
Yajur Veda
Atharva Veda
existe religioes dogmas cultos e doutrinas...== Upanixades == Os Upanixades são denominados Vedanta, porque eles contêm uma exposição da essência espiritual dos Vedas. Entretanto é importante observar que os Upanixades são textos e Vedanta é uma filosofia. A palavra Upanishad significa "sentar-se próximo ou perto", pois os estudantes costumavam sentar-se no solo, próximos a seus mestres.
Os Upanixades organizaram mais precisamente a doutrina védica de auto-realização, yoga, e meditação, karma e reencarnação, que eram veladas no simbolismo da antiga religião de mistérios. Os mais antigos Upanixades são geralmente associados a um Veda em particular, através da exposição de uma brâmana ou Aranyaka, enquanto os mais recentes não.
Formando o coração da Vedanta (Final dos Vedas), eles contêm a técnica de adoração aos deuses védicos e capturam a essência do dito do Rig Veda "A Verdade é Uma". Eles colocam a filosofia hindu separada e acolhendo uma única e transcendente força imanente e inata na alma de cada ser humano, identificando o microcosmo e o macrocosmo como Um. Podemos dizer que enquanto o hinduísmo primitivo é fundamentado nos quatro Vedas, o Hinduísmo Clássico, a Ioga e Vedanta, e correntes tântricas do Bhakti foram modelados com base nos Upanixades.
Puranas - Smriti:
Os Puranas são considerados smriti; ensinamentos não escritos passados oralmente de uma geração a outra. Eles são distintos dos shrutis ou ensinamentos em escritos tradicionais. Existem um total de 18 Puranas maiores, todos escritos em forma de versos. E dito que estes textos foram escritos muito anteriormente ao Ramáiana e ao Maabárata.
Acredita-se que o mais antigo Purana provém de cerca de 300 a.C., e os mais recentes de 1300-1400 d.C. Apesar de terem sido compostos em diferente períodos, todos os Puranas parecem ter sido revisados. Tal fato pode ser notado no fato de que todos eles comentam que o número de Puranas é 18. Os Puranas variam muito: o Skanda Purana é o mais longo com 81.000 versos, enquanto o Brahma Purana e o Vamana Purana são os mais curtos com 10.000 versos cada. O número total de versos em todos os 18 Puranas é 400.000.
As Leis de Manu:
Manu é o homem lendário, o Adão dos hindus. As leis de Manu são uma coleção de textos atribuídos a ele.
Bhagavad Gita:
A Bhagavad Gita (Bagavadguitá em português) é considerado parte do Maabárata (escrito em 400 ou 300 a.C.), é um texto central do hinduísmo, um diálogo filosófico entre o deus Krishna e o guerreiro Arjuna. Este é um dos mais populares a acessíveis textos do hinduísmo, e é de essencial importância para a religião. O Gita discute altruísmo, dever, devoção, meditação, integrando diferente partes da filosofia hindu.
O Ramayana e o Mahabarata:
O Ramayana e o Mahabarata são os épicos nacionais da Índia. São provavelmente os poemas mais longos escritos em todo o mundo. O Mahabharata é atribuído ao sábio Vyasa, e foi escrito no período entre 540 e 300 a.C.. O Mahabharata conta a lenda dos báratas, uma das tribos arianas.
O Ramayana é atribuído ao poeta Valmiki, e foi escrito no primeiro século d.C., apesar de ser baseado em tradições orais que datam de seis ou sete séculos a.C..
Referências:
↑ 1,0 1,1 O hinduísmo é definido de diversas maneiras, como "religião", "grupo de crenças e práticas religiosas", "tradição religiosa" etc. O tópico é discutido em Establishing the boundaries, de Gavin Flood (2003), pgs. 1-17.
↑ 2,0 2,1 The Concise Oxford Dictionary of World Religions. ed. John Bowker. Oxford University Press, 2000; o uso moderno do termo remonta aos movimentos de reforma do hinduísmo do fim do século XIX (J. Zavos, Defending Hindu Tradition: Sanatana Dharma as a Symbol of Orthodoxy in Colonial India, Religion (Academic Press), Volume 31, Número 2, abril de 2001, pgs. 109-123; ver também R. D. Baird, "Swami Bhaktivedanta and the Encounter with Religions," Modern Indian Responses to Religious Pluralism, editado por Harold Coward, State University of New York Press, 1987); pode ser traduzido também, de maneira menos literal, como "caminho eterno" ( Teachings of the Hindu Mystics. Boulder: Shambhala, 2001. pp. p. xiii. ISBN 1-57062-449-6). Ver também René Guénon, Introduction to the Study of the Hindu Doctrines (1921 ed.), Sophia Perennis, ISBN 0-900588-74-8, parte III, capítulo 5 "The Law of Manu", p. 146. Sobre o significado da palavra "Dharma", ver também Guénon, Studies in Hinduism, Sophia Perennis, ISBN 0-900588-69-3, cap. 5, p. 45
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↑ Para uma tradução de deva na sua forma singular como "uma divindade, deus", e em sua forma plural como "os deuses" ou "os celestiais e brilhantes", ver: Monier-Williams 2001, p. 492. Na realidade existem diferentes escalões entre os devas; os mais importantes são os mahadevas imortais, como Xiva, Vixnu, etc.; logo a seguir vêm os devas de segundo escalão, como Ganexa, descritos como seus descendentes: eles "nasceram" e seu "tempo de vida" é um tanto limitado (no Movimento Hare Krishna a palavra é traduzida como "semideuses", embora este termo também possa se referir a outros ambientes celestiais, como gandharvas; ver: Vedic cosmology. Vedic Knowledge Online. VEDA - Bhaktivedanta Book Trust. Página visitada em 25-6-2007.. Para uma tradução de devatā como "divindade", ver: Monier-Williams 2001, p. 495.
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↑ Bhaskarananda 1994, pp. 79–86
↑ Os conceitos cristãos de Céu e Inferno não podem ser traduzidos diretamente para o hinduísmo; reinos espirituais como o Vaikunta (residência de Vixnu) ou loka são as analogias mais próximas a um eterno Reino de Deus.
↑ Nikhilananda 1992
↑ como discutido no Maabárata (Mahābhārata) 12.161; Bilimoria et al. (eds.), Indian Ethics: Classical Traditions and Contemporary Challenges (2007), p. 103; ver também Werner 1994, Bhaskarananda 1994, p. 7
↑ The Philosophy of Hinduism : Four Objectives of Human Life ; Dharma (Right Conduct), Artha (iRght Wealth), Kama (Rght Desire), Moksha (Right Exit (Liberation)).
↑ 61,0 61,1 Bhaskarananda 1994
↑ Ver, por exemplo, a tradução do Bagavadguitá 11.54: "My dear Arjuna, only by undivided devotional service can I be understood as I am, standing before you, and can thus be seen directly. Only in this way can you enter into the mysteries of My understanding.", Bhaktivedanta 1997, ch. 11.54 ("Meu caro Arjuna, apenas através do serviço devocional pleno posso ser compreendido como sou, diante de você, e assim ser visto diretamente. Apenas desta maneira você poderá entrar nos mistérios da Minha compreensão.")
↑ "One who knows that the position reached by means of analytical study can also be attained by devotional service, and who therefore sees analytical study and devotional service to be on the same level, sees things as they are.", Bhaktivedanta 1997, ch. 5.5. ("Aquele que sabe que a posição alcançada através do estudo analítico também pode ser atingido pelo serviço devocional, e que portanto vê o estudo analítico e o serviço devocional no mesmo patamar, vê as coisas como elas são.")
↑ Monier-Williams 1974, p. 116
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↑ 76,0 76,1 76,2 Nikhilananda 1990, pp. 3–8
↑ Ver, por exemplo, René Guénon Man and His Becoming According to the Vedanta (1925 ed.), Sophia Perennis, ISBN 0-900588-62-4, chapter 1, "General remarks on the Vedanta, p.7.
↑ Obs.: Nyaya-Vaisheshika acredita que os Vedas foram criados por Deus, e não são eternos.
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↑ A divindade rigvédica Dyaus, tida como pai dos outros deuses, está relacionada, linguisticamente - é um cognato - com Zeus, pai dos deuses na mitologia grega, Jove (Iovis), rei dos deuses na mitologia romana, e Tiu/Ziu na mitologia germânica. [1], cf. inglês 'Tues-day', "terça-feira". Outras divindades védicas também apresentam cognatos com outras encontradas nas mitologias dos povos que falavam o indo-europeu; ver religião proto-indo-europeia.





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