A Alta Sacerdotisa
Do saber, surge o crescimento
O crescimento nos leva a transformação
Da transformação emana o poder.
terça-feira, 2 de março de 2010
DEUSA DA SABEDORIA LUMINOSA E NATURAL
Muito tempo atrás, a tribo nativa norte-americana Lakota (ou Sioux) vivia de forma simples, caçando búfalos nas campinas para sua sobrevivência. Um dia, dois jovens índios saíram a caminhar, atentos a qualquer movimento, quando vislumbraram no horizonte algo se movendo com rapidez. Chegando mais perto viram que era uma linda mulher, envolta por uma luz brilhante. Os jovens tinham índoles diferentes: um deles apenas apreciou a beleza da mulher, mas o outro dela se aproximou, com intenções de violentá-la. A mulher abriu seus braços e cobriu o conquistador com seu xale, ambos ficando dentro de uma névoa. Quando a neblina se dissipou, o outro jovem viu com espanto, saindo do xale da mulher o esqueleto do seu companheiro, que logo se transformou em poeira soprada pelo vento. Comovido, o jovem se ajoelhou perante a misteriosa mulher e pediu-lhe que fosse com ele para ensinar à sua tribo os mistérios da vida e da morte. Ela concordou e pediu que preparassem uma grande tenda onde toda a tribo pudesse se reunir. Lá a mulher mostrou um cachimbo feito de argila vermelha com um longo cabo de madeira, e pediu que este cachimbo fosse usado em ritos sagrados para lembrar e honrar a ligação dos seres humanos com todas as outras formas de vida, além de reverenciar a Mãe Terra, pois cada passo que fosse dado sobre seu solo seria como uma oração. Após estes ensinamentos a mulher se afastou e foi se transformando lentamente em uma vitela de búfalo branco. Foi por isso que esta misteriosa mestra foi denominada Mulher Búfala Branco, detentora do cachimbo sagrado e de seus mistérios.
Na antiga tradição Lakota a causa primeva de tudo, o princípio primordial da criação era Wakan, o ventre da Mulher Búfalo. Reverenciado como o vazio cósmico, um receptáculo de infinitas possibilidades de criação, Wakan era descrito como um grande recipiente estrelado, contendo inúmeras centelhas de vida adormecidas, esperando serem ativadas para se integrarem à realidade terrena. O principio ativo e co-procriador era Skan, que, semelhante a um relâmpago cósmico, mergulhava no receptáculo sagrado e acordava as centelhas para a luz da existência.
Nas tradições nativas a mulher era a representante de Wakan na Terra, responsável pela continuação da vida humana, sendo um ser sagrado e por todos respeitado. Ela também tinha a missão de preservar e cuidar da paz e da harmonia dos relacionamentos, entre os membros do clã, com as outras tribos e com os reinos da criação. Eram as mulheres que criavam e cuidavam da complexa teia das atividades e relacionamentos humanos, evitando conflitos e divisões e ensinando como “caminhar suavemente sobre a terra”. Mesmo quando a chegada dos conquistadores europeus despertou a cobiça, rivalidade e violência entre as tribos, os Conselhos das Matriarcas dos clãs e das Avós se empenhavam para restabelecer a paz e relembrar a suprema lei da Criação: ”viver em harmonia com todos os seres do círculo da vida”. Competiam às avós as decisões finais por desfrutarem de muito respeito e honra pela sua sabedoria ancestral e experiência de vida. Desde uma tenra idade os meninos eram ensinados pelas mães a respeitar e vivenciar as qualidades femininas; eles viviam no meio das mulheres até os sete anos e aprendiam qualidades e artes femininas como gentileza, respeito, compaixão, cozinhar, costurar, plantar, colher, bem como manter as tradições e a harmonia, natural e humana. Quando passavam para o círculo dos homens aprendiam as atividades masculinas, mas jamais lhes era incutida a violência ou falta de respeito para com a Natureza, mulheres, crianças, idosos ou doentes. Um homem de respeito e autoridade era aquele que cuidava bem da sua família e da sua tribo, preservava os reinos da Criação e honrava as tradições e os ritos sagrados.
A mensagem que a Mulher Búfala Branca trouxe para o mundo contemporâneo é lembrar que todos nós humanos, independentemente de cor, origem, gênero ou situação social, fazemos parte da complexa teia da vida e somente vivendo com respeito, harmonia e paz, poderemos atravessar os períodos cruciais que nos aguardam. A lição da Mulher Búfalo Branco foi: "viver em paz com todas as nossas relações" e “tudo o que fizermos à grande teia da criação faremos a nós mesmos, pois somos um só ser vivo”. A expressão ”todas as nossas relações” é usada para representar o círculo da vida a qual todos nós pertencemos, simbolizado pelo cachimbo sagrado. Seu bojo feito de argila vermelha representa a Terra, no seu interior está gravado um búfalo, significando todos os seres de quatro patas, e também a abundância da Terra que sustenta toda a vida. O cabo ou tubo do cachimbo, feito de madeira, simboliza tudo o que cresce sobre a terra. As doze penas que o enfeitam são de águia e descrevem as criaturas que voam, enquanto as conchas representam o reino aquático. Ao acender e fumar o cachimbo reunem-se os elementos (associados com as ervas, a chama e fumaça, as cinzas) e também todos os reinos da criação. A oração que acompanha o ato de fumar o cachimbo é direcionada em benefício de todos e do Todo e é o objetivo principal deste rito sagrado.
A Mulher Búfala Branca continua se comunicando conosco através das visões e mensagens recebidas por muitas mulheres contemporâneas. Um comovente testemunho é encontrado nesta linda canção, recebida em uma visão pela xamã, compositora e divulgadora dos antigos rituais sagrados, Brooke Medicine Eagle. Vamos refletir e colocar em prática estes atuais e necessários conselhos:
Buffalo Woman is calling. Will you answer Her?
She’s calling light, she’s calling peace
She’s calling spirit, she’s calling you
Buffalo Woman is calling. Will you answer Her?
I will answer Her. We will answer Her!
Tradução:
A mulher do búfalo está chamando. Você responder-lhe-á? Está chamando a luz, ela está chamando a paz que está chamando o espírito, ela está chamando-o búfalo a mulher está chamando. Você responder-lhe-á? Eu responder-lhe-ei. Nós responder-lhe-emos!
Mirella Faur
IN: http://www.teiadethea.org/?q=node/53
DRÍADES, SACERDOTISAS DA MÃE TERRA
NO CAMINHO DAS DEUSAS...
Em tenho observado que muitos dos blogs, do Sagrado Feminino foram abandonados, geralmente as mulheres dão uma desculpa qualquer se despedem e prometem voltar logo, e o logo delas pode ser uma eternidade, eu não quero julgar ninguém, pois o caminho é muito dificil e é muito facil desistir....Acho que só as mulheres teimosas ficam, e até agora pelo menos nisso eu posso me rejubilar, por este defeito meu, ser ao mesmo tempo tão útil...
Porque as mulheres abandonam o que começam?
Porque elas ficam cansadas, ficam saturadas de falar de Sagrado Feminino ou melhor dizendo de deusas gregas e mensagens cósmicas....
E ai que a maioria não olha pra fundo de si mesma, cansa, acha que se entusiasmou com uma bobagem ou não tem mais forças e desiste....
Acho que se eu disse que desisto estaria mentindo...Eu simplesmente não consigo desistir, acho que é importante continuar, falar, mesmo que seja com as paredes pelo menos estas nada responderão contra mulheres e deusas...
Por que tenho verdadeira devoção pela Terra Mãe, e pelas Mulheres, porque sou uma Sacerdotisa da Grande Mãe, eu me comprometo a continuar este trabalho, por mais difícil que seja
E também ficarei muito feliz se houver uma mulher que concorde comigo, não em tudo, mas pelo menos que continuar a se focar na Espiritualidade Feminina é importante, pois embora não pareça, ainda a muito a se falar e ensinar, a muito a si mostrar...Nem que sejam as faces da Deusa.
E se vir o momento que eu fique sem ter o que postar, vou insistir e postar poesias que de todo modo não são assim tão ruins....
Fica aqui o meu
abraço
"As mulheres honram o seu Caminho Sagrado quando se dão conta do conhecimento intuitivo inerente a sua natureza receptiva.
As mulheres precisam aprender a amar, compreender, e, desta forma, curar umas às outras.
Cada uma delas pode penetrar no silêncio do próprio coração para que lhe seja revelada a beleza do recolhimento e da receptividade".
Jamie Sams
SENHORA DO TEMPO
Sua voz ecoa no tempo
Em mim no jardim do momento
Senhora do meu pensamento
Dança em mim
Fada do Vento
Mãe Terra caminhando em um momento
momento sem tempo
Soam as aguas da criação
E a Sacerdotisa evoca
A Deusa chora...
Vem em mim, Mãe do Tempo
Apenas agora nesse momento
O perfume das flores evocar
E a paz da alma
Deixar, deixar para traz
Toda a dor
Filha do Amor
Vem em mim a palavra
Tempo
Tem antes do momento
O sabor da Criação da Grande Mãe
Perfumes ao vento
Fada, palavra e silencio
Vem em mim
Mulher Dourada
Eu sou a Filha da Noite
Encarno Mãe do Sol
Deusa em Mim
Vem o Adorada
Vem Imaculada
Vem, vem do fundo
Vem antes do Tempo
Para se tornar Mãe de Tudo...
Minha Voz é Tua Voz
E Nossa Voz ecoa no mundo
Grande Mãe.
Vem Senhora do prazer sagrado
Fazer emu corpo arder em fogo e desejo
E quando a chama for extinta
Dai me paz
Paz...
Paz...
Paz...
Eu perco em mim, carrego em mim
Todas as essencias do Tempo...
CEUCY, A MÃE DAS ESTRELAS
O mito foi patriarcalizado e distorcido o que já estava ocorrendo na sociedade indígena e entrou em processo mais rápido com a chegada dos portugueses, assim a Grande Mãe Cy se tornou apenas a intercessora do seu Filho, embora no mito original possamos concluir que a historia é bem diferente.Além disso, para nos mulheres brasileiras, e importantissimo o contato e o resgate do culto das Deusas da nossa terra.
A Deusa Ceuci e Jurupari chegam até nós para curar os conflitos entre homens e mulheres. Ceuci é a Deusa-Mãe Divina e Jurupari a Criança Solar que recebeu sua energia amorosa. Sem a mãe, não existiria o filho, sem o filho não existiria a mãe e, sem os dois, não poderíamos viver a dimensão da vida.
Nossas vidas sempre continuarão sendo um grande mistério, onde a razão só quer saber das causas e conseqüências e, com certeza, jamais admitirá ou acreditará no nascimento proveniente de uma mulher virgem. Entretanto, toda a mulher que encontra-se conectada com a Grande Mãe, sabe que não depende nem do pai, nem da mãe quando se forma a vida, mas isso cabe a um poder superior, ao poder da própria vida.
Ceuci vem dizer ainda, que é urgente o aprofundamento das mulheres dentro de si mesmas, para que se realizem os valores básicos femininos que o mundo patriarcal negou e que a mulher também alienou de si mesma, perdendo a sua linguagem própria de signos e símbolos em busca do reconhecimento.
O mundo hoje já não impede o desenvolvimento da mulher, mas ela ainda se encontra muito confusa em relação a própria identidade e do seu verdadeiro papel na vida. Se sente presa e vacilante aos preconceitos que a marcaram como sexo frágil, incapaz e inferior. Sua liberdade dependerá de um grande esforço, pois lhe exigirá uma fidelidade consigo mesma e o abandono de desculpas que ocasionem entraves para o seu crescimento. Não podemos nos esquecer, que estes antigos valores ainda estão no inconsciente dos homens, entretanto, o terreno é fértil para o despertar de uma nova consciência!
CONECTANDO-SE COM CEUCI
Se você puder realizar este ritual ao ar livre, tanto melhor. Caso more em um apartamento, posicione sua mesa perto de uma janela onde possa ver a Lua e as estrelas.
Primeiro você deve estender uma toalha azul no chão e desenhar ou colar 7 estrelas nela. Acenda três velas cor de prata em triângulo, um incenso de eucalipto e encha uma taça com vinho tinto.
Passe a fumaça do incenso de eucalipto em torno de você, mentalizando a energia da cura. Depois respingue um pouco do vinho sobre seu rosto e entre em estado de receptividade com as energias de Ceuci, dizendo:
Deusa das Sete Estrelas,
Encontro-me aqui para te encontrar,
E para pedir para tudo mudar,
Assim, como para meus ancestrais-índios fostes estrela guia,
Seja minha companheira,
Guia-me nos caminhos da vida e da luz,
Pois és Mãe Cósmica que reluz!
Atenda meus pedidos e se faça presente.
Feche os olhos e respire e inspire profundamente por três vezes. Depois visualize a luz brilhante das estrelas e tente localizar as Plêiades e chame por Ceuci. A luz tomará aos poucos a forma de uma mulher, que muito devagar descerá até seu jardim iluminando-o com uma forte luz prateada. Em uma de suas mãos terá um fruto vermelho que oferecerá a você. Tome-o e agradeça! Neste mesmo instante pegue sua taça de vinho, beba você o primeiro gole e depois levante a taça em direção à ela, brindando este encontro mágico.
Sinta então as estrelas derramarem sobre você toda a sua luz e deixe que esta energia percorra todos os seus corpos: físico, mental e espiritual. Aqueça-se nesta luz e deixa que ela preencha todos os vazios de seu ser.
Sinta-se então livre, plena e feliz!
Peça a Deusa das Plêiades que abençoe a nossa Terra e nos faça todos irmãos.
Agradeça os momentos maravilhosos que lhe foram permitidos estar com ela.
Apague as velas e encerre o ritual.
A SÁBIA
A minha morada
Sou a feiticeira vagueaste
Senhora dos mistérios do deserto
Eu estive em
Chipre
E lá vi os mistérios de Afrodite....
Eu vi as mulheres que dançavam com suas contas de pérola
Eu vi os homens que cantavam hinos a Ela
Eu vi a pilhagem do templo que foi destruído
E o altar da Virgem e do Cristo
Que foi ali construído
Eu falei com sábios e filósofos
Eu conheci os mistérios
Do culto de Aserá em Magadala
Eu estive perto da igreja no dia em que vi
A mais bela mulher ser assassinada
Cirilo...este nome não esqueço!
Mas todos pagamos por nossos atos...
E antes disso eu conheci Medéia a Feiticeira
Ela que serviu a Hecáte e a Hera
Sacerdotisa da Grande Deusa...
Estive nos lugares mais inabitáveis
Ali vi uma mulher esquia e nua de corpo
Voando em cima de uma Serpente
E dando gargalhadas
Os anjos a perseguiam
Mas quando tentaram dete La Ela virou Vento
E soprou e escapou deles
Lil...Lilith
Conheci Morgana
Ela era a mais sábia...
Falei Aradia
A filha de Diana
Estive no Rio Nilo
E lá os mistérios de Ísis aprendi e preservei...
Eu já vi
e conheço o padrão da malha do tempo
E se não mudar em breve preprarei
Para a humanidade
Tua mortalha...
A IMPORTÂNCIA DO PRINCÍPIO FEMININO
" Redescobrir o princípio feminino, na sociedade, como em cada um de nós. Redescobrir a mulher. É uma questão de sobrevivência. Ou a humanidade se vira para os valores femininos de cooperação, de interajuda e comunhão, ou seremos condenados a curto ou longo prazo a desaparecer.
“A nossa civilização é dominada pelo instinto de morte. Se nós quisermos sobreviver, temos de colocar a tónica nos valores femininos. A mulher está profundamente ligada ao instinto de vida: ela está do lado das crianças, da Natureza, dos outros, dos animais, das plantas e das coisas...
Uma sociedade que reconhecesse os valores femininos assentaria sem dúvida em comunidades de inter-ajuda. Nunca sobre a dominação, a competição, a expansão ao domínio dos outros.”
“Com o princípio masculino, é a sobrevivência do mais forte, com o princípio feminino, a sobrevivência do mais sábio. É preciso perguntar-se o que aconteceria se houvesse uma mudança colocando-se a ênfase nos aspectos do feminino em vez dos masculinos. Que valores adviriam dessa mudança de atitude no plano colectivo e individual?”
(texto traduzido do francês - autor anónimo?)
Publicada por Rosa Leonor em MULHERES & DEUSAS
segunda-feira, 1 de março de 2010
NANÃ, GUIA-ME
UMA DAS MANIFESTAÇÕES DA GRANDE MÃE, SENHORA DA SABEDORIA, DOS MISTÉRIOS E DAS ÁGUAS...
Grande Senhora das Terras molhadas e fecundas, com a qual foram criados todos os seres, reina na lama que formou a Terra, nas águas paradas e pântanos.
Nanã, Senhora de muitos búzios, que simbolizam fecundidade, riqueza e morte. É associada ao barro com que foi moldado o primeiro homem; ao fundo de rios e mares. É o ponto de contato entre as águas e a terra. Vive nas madrugadas, quando o orvalho umedece a terra.
Nanã, pelo fato de ser um dos primeiros Orixás criados por Olorun, é caracterizada como uma Anciã, ou uma Avó. É Guardiã do reinado dos eguns e ancestrais, assim como Obaluayê; usando o ibiri (espécie de bastão ritual com a ponta curva, confeccionado com palha da costa e búzios) como elemento controlador e genitor. Seus preceitos são extremamente complexos e ricos em detalhes... Ao mesmo tempo em que dá vida às criaturas, faz com que retornem ao seu elemento de origem, para mais tarde, renascerem na Terra, formando o ciclo da vida e da morte. Por isso, o corpo após a morte, deve ser devolvido a terra, de onde ele saiu um dia.
“Nanã, a Deusa dos Mistérios, é uma divindade de origem simultânea à criação do mundo”
A vida está cercada de mistérios que ao longo da História atormentam o ser humano. Porém, quando ainda na Pré-História, o homem se viu diante do mistério da morte, em seu âmago irrompeu um sentimento ambíguo. Os mitos aliviavam essa dor e a razão apontava para aquilo que era certo no seu destino.
A morte faz surgir no homem os primeiros sentimentos religiosos, e nesse momento Nanã faz-se compreender, pois nos primórdios da História os mortos eram enterrados em posição fetal, remetendo a uma ideia de nascimento ou renascimento. O homem primitivo entendeu que a morte e a vida caminham juntas, entendeu os mistérios de Nanã.
“Nanã é o princípio, o meio e o fim; o nascimento, a vida e a morte”
Ela é a origem e o poder. Entender Nanã é entender o destino, a vida e a trajectória do homem sobre a terra, pois Nanã é a História. Nanã é água parada, água da vida e da morte.
Nanã pode ser a lembrança angustiante da morte na vida do ser humano, mas apenas para aqueles que encaram esse final como algo negativo, como um fardo extremamente pesado que todo o ser carrega desde o seu nascimento. Na verdade, apenas as pessoas que têm o coração repleto de maldade e dedicam a vida a prejudicar o próximo se preocupam com isso. Aqueles que praticam boas ações vivem preocupados com o seu próprio bem, com a sua elevação espiritual e desejam ao próximo o mesmo que para si, só esperam da vida dias cada vez melhores e têm a morte como algo natural e inevitável. A sua certeza é a imortalidade da sua essência.
É na morte, condição para o renascimento e para a fecundidade, que se encontram os mistérios de Nanã. Respeitada e temida, Nanã, Deusa das chuvas, da lama, da terra, juíza que castiga os homens faltosos, é a morte na essência da vida.
Texto: web page Candomblé o mundo dos Orixás
Enxertos roubados by MATER MUNDI - NANA ODARA
.
UM TRABALHO QUE TALVEZ NÃO VALHE A PENA, QUE NÃO DE EM NADA, E NINGUEM MUDE?
Basta agora continuar repetindo.
Não para que me ouçam.
Mas para que eu me lembre.
Frase maravilhosa encontrada em Pistas do Caminho
domingo, 28 de fevereiro de 2010
A TEIA DA DEUSA
Muito antes da era Cristã, há 20 mil anos pelo menos, a imagem da Deusa foi eternizada nos desenhos das cavernas, nas pedras ou nas estatuetas paleolíticas e neolíticas. Essas memórias reproduzem mulheres com ventre grávido, quadris largos, grandes seios. São formas relacionadas à fertilidade e referem-se ao poder gerador da terra e do feminino. A divindade feminina já teve seu lugar honrado em antigas sociedades primitivas, nas quais era reconhecida por sua capacidade de gerar e nutrir a vida, assim como a Mãe Terra.
A sociedade ocidental formou-se sob a égide da mitologia judaico-cristã e se afastou de nossas origens. Fomos criados condicionados por uma cosmologia desprovida de símbolos do Sagrado Feminimo.
Descobertas arqueológicas realizadas em sítios neolíticos testificam a existência de uma sociedade agrícola pré-histórica bastante avançada, na região da Europa e Oriente Médio, onde homens e mulheres viviam em harmonia e o culto à Deusa era a religião. Não há evidências de armas ou estruturas defensivas, portanto se conclui que esta era uma sociedade pacífica. Também não há representações, em sua arte, de guerreiros matando-se uns aos outros, mas pinturas representando a natureza e uma grande quantidade de esculturas representando o corpo feminino.
Trazer de volta as divindades e símbolos femininos presentes em diferentes tradições religiosas e culturas é nosso resgate.
Vivenciamos a sacralidade a cada dia de nossas vidas, em um eterno ritualizar de ciclos.
Eu sou a Mãe de todos os seres vivos, a culminação da criação
Eu gero e nutro a vida em mim e tudo o que gerei e pari é bom, muito bom.
Eu me recuso carregar a vergonha do homem no meu corpo,
Eu me recuso perpetuar a fraqueza da mulher na minha vida.
Honre tudo o que foi diminuído, receba tudo o que lhe foi negado,
Pois no início de tudo existia somente a Mãe.
No primeiro dia criei a luz e a escuridão e elas dançaram juntas,
No segundo dia criei a Terra e a água e elas se tocaram entre si,
No terceiro dia criei as plantas e elas enraizaram e suspiraram,
No quarto dia criei as criaturas da terra, do mar e do ar e elas caminharam, nadaram e voaram,
No quinto dia minha criação aprendeu o equilíbrio e a colaboração,
No sexto dia celebrei a fertilidade de todos os seres,
No sétimo dia deixei espaço para o desconhecido,
No início de tudo existia somente a Mãe, a mãe criadora e nutridora de todos nós.
Honre tudo o que foi diminuído, receba tudo o que lhe foi negado
E afirme: Eu sou mulher, eu sou boa, eu sou feliz!
Eu sou a Mãe
Eu sou a Mãe de Patricia Lynn Reilly - A God who looks like me
IN: http://www.teiadethea.org/?q=node/23
sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010
O CÁLICE SAGRADO
(Jean Shinoda Bolen)
O Símbolo da Deusa, cujo corpo é o Cálice Sagrado contendo o milagre do nascimento e o poder de transformar a morte em vida através da regeneração misteriosa e cíclica da Grande Mãe Natureza.
(O Cálice e a Espada - Riane Eisler)
...o Graal é o corpo santo da mulher e que remonta ao tempo em que a mulher era sagrada e o seu corpo a revelação-iniciação à divindade do ser e o Cálice do qual se bebe e se vive para a eternidade o Símbolo dessa iniciação da origem da vida e do amor. Porque essa era a Grande iniciação ao Amor Supremo do Ser Humano, através da Mulher, como o era o da Vida ao nascer, da Mãe. O Homem atingia o supremo amor da Deusa e a Mulher dava-lhe corpo e consubstanciava-a…a União era eterna. O Cálice …era…a suprema dádiva.
(MULHERES & DEUSAS - Rosa Leonor)
“O Graal simboliza a Deusa perdida. Quando apareceu o cristianismo, as antigas religiões pagãs não desapareceram da manhã para o dia. As lendas da busca dos Cavaleiros do Graal perdido eram histórias que explicavam as andanças para recuperar a divindade feminina. Os cavaleiros que diziam partir em busca do “Cálice”, falavam em código para proteger-se de uma Igreja que tinha subjugado as mulheres, proibido a Deusa, queimando os crentes nas fogueiras e censurado o culto pagão da divindade feminina."
(El código da vince - Dan Brown)
O MEDO DO PODER DA MULHER NAS RELIGIÕES
Toda a ideologia do patriarcado concebe o "feminino" como uma força irracional destrutiva. Entretanto, a desvalorização do Feminino deve ser entendida como uma tentativa de superação do medo do Feminino e de seu aspecto perigoso como a "Grande Mãe" e como a "anima".
No patriarcado, o inconsciente, o instinto, o sexo e a terra, enquanto coisas terrenas, pertencem ao "feminino negativo",ao qual o homem associa a mulher, e que todas as culturas patriarcais, até o presente momento, a mulher e o Feminino têm sofrido sob a atitude defensiva e o desprezo masculinos.
Essa avaliação negativa não se aplica apenas ao caráter elementar e ao aspecto matriarcal, mas igualmente ao seu transformador. Para o homem, que considera-se "superior", a mulher se torna feiticeira, sedutora, bruxa, e é rejeitada em virtude do medo associado ao Feminino irracional. O homem denuncia o Feminino como escravizador, como algo confuso e sedutor, que pode colocar em risco a estabilidade de sua existência. Ele rejeita o feminino, especialmente porque ele o prende no casamento, na família e na adaptação à realidade, e o confunde quanto o pensar de si próprio. Como o indivíduo do sexo masculino é dominado pelo elemento espiritual superior, ele foge da realidade da terra e prefere ascender rumo ao céu.
O resultado dessa postura unilateral, torna o homem não integrado que é atacado por seu lado reprimido e em muitas vezes sobrepujado por ele.
A negativização do Feminino não deixa que o homem experiencie a mulher como uma igual, mas com características distintas. A conseqüência da altivez patriarcal leva à incapacidade de fazer qualquer contato genuíno com o Feminino, isto é, não apenas com a mulher real, mas também com o Feminino em si, com o inconsciente.
Enquanto o indivíduo do sexo masculino não deixar desenvolver o Feminino (anima) em uma psique interior, jamais chegará a alcançar a totalidade. A separação da cultura patriarcal do Feminino e do inconsciente torna-se assim, uma das causas essenciais da crise de medo que agora se encontra o mundo patriarcal.
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O MEDO DO CRESCENTE PODER E DIGNIDADE DA MULHER
Tenho notado que com o desenvolver das espiritualidades femininas juntamente com a religião da Wicca cresce o medo a cerca da bruxaria e cada vez mais os evangélicos divulgam informações erróneas, que dividem mulheres e homens e não só, negam a sacralidade da Terra Mãe e dão TAMBÉM justificativa da sujeitação da mulher em relação ao dito macho-homem, pois como dizem "Deus é homem"...No entanto a própria bíblia assim como no mito do nascimento de Jesus ( não vou discutir a veracidade do fato) há indícios de mitos muito mais antigos como o próprio nome da personagem principal da Génese, Eva que por sua vez significa MÃE DE TODOS e Adão que significa FILHO DA TERRA, o que já nos esclarece um sem par de coisas...Além disso as passagens históricas em que haviam mulheres sacerdotisas estão também descritas na bíblia nas mulheres profetizas e sacerdotisas dos templos...Que depois claro foram adaptados para as religiões patriarcais e pelos governantes sedentos de poder...A exemplo de Maria Madalena ou segundo nos consta melhor ( a nós feiticeiras) Maria de Magdala, que foi Sacerdotisa da Deusa do Amor e da Grande Mãe Aserá...Está mesma Mulher que em tempos antigos era símbolo de sabedoria e revelação divina antes que o patriarcado sujeitasseas hierodulare e transformassem as sacerdotisas do amor em prostitutas sem a mínima instrução dos ritos sagrados e muito menos direito ao prazer sexual, visto que no culto a Deusa o prazer do homem e da mulher eram tidos como sagrados, reveladores e alquímicos e no culto do deus dos respectivos patriarcas só o homem tinha direito ao prazer visto só ele ter status de divindade e a mulher ser filha da Terra e portanto inferior....Tal como em Roma em que transformaram a Rainha dos Icenos, Boudicca , sacerdotisa de Andraste numa tal Rainha Assassina, apenas porque não se sujeito ao poder patriarcal de Roma e promoveu uma das maiores rebeliões celtas (sendo também uma guerreira...)
Em toda e qualquer para que o Patriarcado tenha poder só a um deus e do ponto de vista patriarcal ele de vista patriarcal ele devia ser logicamente masculino...
Assim os Templos da Senhora do Amor e da Mãe Terra deram lugar a casa do senhor deslocando radicalmente o papel das mulheres nas religiões...
Pelo simples fato da mulher ser dona de um poder natural em detrimento do poder cultural (o patriarcado e suas relações de poder) sua energia e força devia ser subjugadas e inclusive utilizadas para a manutenção do sistema...O mesmo sistema em que vivemos até hoje!
Esse medo da Terra e do Feminino nada mais são que expressão de uma consciência patriarcal fraca que não vê outro modo de ajudar a si mesma, a não ser escapando do domínio avassalador da Terra.
Honrar a nossa Grande Deusa Mãe e ser Sua voz no mundo assim como não nos permitirmos ser subjugadas por qualquer homem ou sacerdote é nossa crucial missão no momento, para que a Mulher finalmente encarne a Terra e a Deusa e sai da sua polarização e divisão interior.
E na Grande Mãe Terra que e dá a vida e amamenta, Aquela que conhece todos os Mistérios da Criação e é em Si mesma Deusa por direito próprio que devemos botar a nossa confiança na esperança de um mundo com menos guerras, violências e injustiças e sem a repressão do Poder da Mulher.
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